A Secretaria de Cultura e Turismo decidiu cancelar diversos horários de aulas de Hip Hop e de Teatro que eram oferecidas no Centro Cultural Lauro Monteiro de Carvalho e Silva no período noturno e aos sábados. O fato gerou inúmeras reclamações de alunos que, agora, não tem mais com o que se entreter.
É o caso da estudante de Educação Física, Caren Raliélen Madruga. “Moro em Estiva Gerbi e ia aos sábados de manhã e às sextas-feiras de noite, quando não tinha aula na faculdade, até pra distrair a cabeça. Hoje estou sem fazer nada”, lamentou. Segundo ela a decisão de cancelar as aulas foi do Gerente de Turismo, Samuel Cavalcante.
“Ele falou que a mudança ia melhorar pra todo mundo, mas piorou pra todos. Tentei falar com ele que pra mim não melhorava em nada. Muita gente trabalha e estuda”, argumentou. “Ele falou: ‘não quero que tenha a noite’, acho que pra ele não ter que ir pra lá pra acompanhar. Reclamou pra mim até dos professores, disse que eram teimosos”, disse Caren.
Beatriz Araújo também pertence a turma, que chegou a ser cancelada neste ano, mas voltou ao normal. “Cancelaram as aulas, porque não ia ter mais de noite, mas a tarde ninguém pode. Todo mundo estuda ou faz curso. Aí ficou sem aluno nenhum, mas o professor tentou e conseguiu reverter”, contou.
O POPULAR apurou que as aulas de dança que acontecem no período noturno acontecem devido à solicitações para o uso do espaço de grupos independentes. As aulas aconteciam de segunda e quarta-feira, das 20h às 22h; sextas-feiras das 18h às 20h e sábados das 8h às 11h.
Teatro
Já alunos que cursam as oficinas de teatro também estão temendo que suas aulas também sejam prejudicadas, porém, haveria outra justificativa para os cortes. “As aulas de sábado foram canceladas, porque disseram que estavam pagando muita hora extra para os funcionários de som, iluminação e vigia. Aí agora só disponibilizaram a sala de dança”, revelou Bruno Vieira.
“Falaram que iam tirar o nosso horário também, mas apresentamos dias atrás uma peça e temos uma outras marcadas”, completou. Atualmente são aproximadamente 11 pessoas participantes às terças-feiras. No sábado, cuja oficina acabou há dois meses, eram cerca de 20, segundo o aluno.
“É triste essa situação porque Mogi Mirim já tem uma Cultura precária. Alguém tem que dar um ‘acorda’ nessa Prefeitura”, reivindicou Rebeca Albano, que também cursa teatro no período noturno.
SECRETARIA MINIMIZA PROBLEMA
Em nota enviada na tarde de ontem ao O POPULAR, a Secretaria de Cultura e Turismo minimizou o problema exposto pelos alunos, dizendo que as aulas não foram canceladas, mas sim, reajustadas, principalmente no curso de dança de rua. Nenhuma turma teria sido desfeita e segundo a secretaria, todos os alunos continuam sendo atendidos, diferente do que foi constatado pela reportagem. No segundo semestre serão atendidas crianças da rede municipal de ensino, do Centro de Convivência Infantil (CCI) e do Educandário Nossa Senhora do Carmo.