A Secretaria de Saúde, que atravessa a crise mais acentuada nos últimos meses, tem novos planos de trabalho para o próximo ano. Segundo a Prefeitura, algumas medidas já foram feitas e outras estão em andamento com o objetivo de economizar e racionalizar os recursos que o Município dispõe.
Um desses planos é a integração de trabalho das Unidades Básicas de Saúde (UBS) com a Unidade de Atendimento Não-Agendado (UANA), que é o Pronto Atendimento oferecido pela Santa Casa de Misericórdia, através de um mesmo sistema. “Muitas vezes chega um paciente relatando um problema simples, que deveria ser tratado nos postos de saúde e não no Pronto Atendimento. Então, os profissionais da UANA vão identificar esses casos e começar a fazer o agendamento de médico nas UBS”, explicou o secretário de Saúde, Gerson Rossi Junior.
Para que isto aconteça, é necessário a instalação de uma antena para que os profissionais da Santa Casa tenham acesso ao programa. Não foi informado quando esse novo método de trabalho deve ter início.
Além disso, a Prefeitura quer controlar ainda mais os gastos com insumos de cada unidade. Para isso, é estudada uma integração dos softwares de saúde e do almoxarifado, que hoje trabalham de maneira independentes e que passariam a ser um só.
A tecnologia também passaria a ser executada na comunicação de consultas e exames aos pacientes do município, através de e-mail, mensagens de celular, ou através dos Correios. Atualmente são os agentes comunitários que fazem a entrega do encaminhamento pessoalmente na casa de cada munícipe. “Queremos mudar isso e fazer a comunicação sem entrega pessoal, para que eles estejam mais voltados ao trabalho que deveriam desenvolver, que é o acompanhamento da saúde”, explicou.
Para as UBS, são aguardadas a contratação de médicos generalistas, com o objetivo de transformar cada posto em Estratégia Saúde da Família (ESF). A meta é transformar, inicialmente, três unidades para que recebam verbas federais. “Isso ajuda também quando formos inscrever o Município no Programa Federal Mais Médicos”, acrescentou Gerson.
Santa Casa
A Prefeitura cogita criar um conselho gestor para acompanhar a gestão da Santa Casa. Além disso, a equipe jurídica do Município estuda criar uma lei para instituir um Fundo de Apoio para o hospital. Este fundo, caso saia do papel, recolheria as taxas do projeto de lei que tramita na Câmara Municipal para uso e ocupação do espaço público.
Atualmente, os munícipes podem colaborar com a instituição, doando R$ 1, voluntariamente, através das faturas de água. O projeto intitulado Doe uma Gota D’Água arrecada, por mês, apenas R$ 2 mil.
“Vou ser só vice-prefeito”, diz Gerson sobre afastamento
O Governo prepara a transição de comando da Secretaria de Saúde, após Gerson Rossi avisar o prefeito Gustavo Stupp que deixaria a pasta no final do ano. “Vou ser somente vice-prefeito. Quando assumi (a secretaria) disse que queria ficar aqui até o final do mandato, mas não vai dar”, comentou.
O secretário de Saúde afirmou que não vai assumir nenhuma outra secretaria da Prefeitura, pois não seria justa essa atitude. No mês passado, Stupp disse que queria Gerson ativo no Governo e o convidaria para assumir outra pasta.
“Saio por questões políticas e não por causa de gestão, porque não tenho medo disso. Fico até o fim do ano, para fechar as contas. O agravante mesmo (para a decisão) foi a questão política. Vou sair do foco e ajudar como vice-prefeito”, resumiu.