sexta-feira, novembro 22, 2024
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Secretaria do escândalo escancarou bagunça

O projeto do prefeito Gustavo Stupp para alterar novamente o organograma da estrutura administrativa do Executivo volta a explicitar a falta de um planejamento bem elaborado e eficiente, uma das marcas negativas do governo. A inexperiência administrativa do prefeito não serve de desculpa, uma vez que Gustavo pôde escolher sua equipe e já caminha para completar seu segundo ano.

No projeto de Stupp está prevista a criação de novas secretarias e o aumento do número de funções gratificadas. No entanto, o que chama mais a atenção é o fim de uma secretaria, cuja existência passaria despercebida pela população não fosse um escândalo. Stupp quer extinguir a Secretaria de Políticas Sociais, Cidadania e Direitos da Mulher, pouco mais de um mês depois da exoneração do secretário Jarbas Caroni. Caroni foi exonerado após denúncias de extorsão, estelionato e corrupção passiva contra quatro funcionárias, que o acusam de serem obrigadas a ceder parte de seus salários ao ex-secretário.

A extinção logo após a exoneração fortalece na aparência a versão de bastidores de que a secretaria foi criada exclusivamente para garantir a Jarbas um cargo de secretário, o que lhe garantia um polpudo salário. O agrado seria uma contrapartida em acordos políticos costurados com Stupp. Em momento algum foi justificado na prática o porque da pasta ser uma secretaria e não uma gerência, os antigos departamentos.

A seleção de Caroni já foi uma grande surpresa, pois nunca ficou bem esclarecido os critérios técnicos para sua seleção. Curiosamente, desde sua saída, não houve um substituto, passando a impressão que o conhecimento técnico do exonerado era tão alto que seria impossível encontrar na região um substituto. O ditado popular de que ninguém é insubstituível não se aplicaria, assim, ao personagem exonerado, diante da extinção da pasta.

De fato, a situação chega a ser ridícula. Se a pasta era tão importante a ponto de virar uma secretaria, por qual motivo fica um tempo sem substituto e depois é extinta? Como uma secretaria tão essencial fica à deriva?

Enquanto existiu, a Secretaria não teve divulgado projeto algum relevante à cidade e ainda acabou se tornando um dos maiores constrangimentos do governo com a acusação contra Jarbas. Não dá para colocar na conta do escândalo o fechamento da secretaria, pois se ela fosse importante, bastaria encontrar um substituto.

Sua extinção seria motivo de comemoração não fosse o fato de ser mais um dos sintomas a escancarar a falta de planejamento do governo. O resultado do novo organograma poderá, porém, servir como base para apontar se Stupp aprendeu com os erros ou se continua a navegar entre eles.

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