Ainda que passando por uma forte ressaca, pós turbulência política e econômica, vemos uma luz no fim do túnel. Não que estejamos imunes a novos escândalos e barbáries por conta de nossos políticos, pois parece que virou rotina, ou algo cotidiano em nosso país, esses acontecimentos. Mas o fato é que, independentemente de novos escândalos ou acontecimentos que nos envergonham e nos tiram “fora do eixo”, nossa economia dá sinais de recuperação.
Haverá aumento de impostos, haverá reformas, haverá mais derramamento de sangue (dinheiro saindo do bolso do trabalhador), porém tudo isso é necessário para conseguirmos solidificar nossa economia e apresentar a investidores nacionais e internacionais que o Brasil está pronto para mudar a curva do gráfico dos próximos anos, pois de 2009 a 2016 nossa recessão ganhou características de depressão, fazendo com que nosso gráfico econômico apenas se declinasse.
A elevação da alíquota dos impostos PIS e COFINS sobre os combustíveis, gasolina e diesel, em especial, será sentida instantaneamente pela população que faz uso de veículos, os preços serão elevados em torno de R$ 0,40 centavos por litro nas bombas de todo o Brasil. Para tentar amenizar um pouco do rombo fiscal que o Brasil se encontra, essa foi uma das saídas que a equipe econômica do governo encontrou. Fato que é péssimo para todos nós, porém temos que ter a noção de que, para sairmos desse buraco que nos locaram nos últimos 8 anos, teremos que nos sacrificar e acreditarmos no ditado – depois da tempestade vem a bonança. Esse avanço dos preços somados a perspectivas e dificuldades na retomada da economia, pode claramente favorecer cortes mais agressivos nos juros por parte do BC (Banco Central), assim, temos a equação montada. Para ganharmos lá na frente teremos que perder no presente.
Não sou a favor e sei que a maioria dos leitores também não, mas sinceramente não vejo outra solução para o fechamento das contas do governo a não ser o aumento da carga tributária. A prévia da inflação oficial do Brasil em julho, recuou ainda mais que o esperado, ficando abaixo do piso da meta do governo, registrando deflação. Isso faz com que o BC tenha munição suficiente para não desacelerar o ritmo de cortes dos juros básicos, o dólar em forte queda nesse mês, faz com que nossa moeda se fortaleça perante o cenário internacional e o rali de alta da bolsa de valores brasileira, que nesse mês já soma ganhos de mais de 3%, são fatos importantes para o fortalecimento da credibilidade econômica.
Ainda que a passos lentos em uma longa jornada, iremos retomar nossa confiança e o orgulho em nosso país.
Por Felipe Vidolin Pós-Graduado em Engenharia de Telecomunicações e investidor