Em 1972, uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado, desde então, todo dia 5 de junho. A data serve para nos relembrar de algo que deveríamos pensar o tempo todo: preservar o nosso ecossistema é cuidar dos nossos filhos, netos, bisnetos.
Das próximas gerações. Mas, o homem contemporâneo é egoísta e imediatista. Não nos importamos se, para salvar a economia de cada um, pouco importa como está o bolso do outro. Ou seja, é aquela. “O importante é encher a minha barriga, se meu próximo morre de fome, azar o dele. Afinal, me salvei por meu mérito. Ele não foi competente pra sobreviver? Repito. Azar o dele”.
Esta mentalidade perversa é cada vez mais comum e é retratada em números. O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), mostra que o país soma, atualmente, cerca de 33,1 milhões de pessoas sem ter o que comer diariamente, quase o dobro do contingente em situação de fome estimado em 2020.
Se não nos importamos, coletivamente, com a fome de irmãos e irmãs, o que dirá sobre cuidar daqueles que ainda nem nasceram e encontrarão um planeta mais devastado pelo aquecimento global e outras contigências impostas pela nossa ganância? Precisamos que cada um faça a sua parte.
Isto vai desde a consciência em garantir que haja responsabilidades no controle da preservação do meio ambiente, com políticas públicas de preservação da fauna e da flora, trabalhando incessantemente para combater o desmatamento, sobretudo os oriundos de algo bem controlável: o garimpo.
Esta atividade ilegal não só desmata como mata, vide os inúmeros ataques a indígenas e indigenistas. E, que fique bem claro. O desrespeito com o meio ambiente não tem lado, é ambidestro. Então é preciso que nós, enquanto sociedade, tomemos partido. E isso vale para o universo local, cobrando do poder público municipal políticas públicas de preservação de áreas ambientais e algo pouco discutido: arborização na zona urbana.
É comprovado que cidades com melhores índices de arborização em seu perímetro urbano oferecem melhor qualidade de vida aos moradores e Mogi Mirim ignora o tema de maneira vergonhosa. Passa gestão, muda gestão, pouco se pensa, se discute e se executa a respeito de algo tão vital. Cobre de seu vereador medidas para que, a longo prazo, inclusive quando ele não estiver mais na Câmara, Mogi Mirim seja uma cidade melhor para viver. Para respirar.
E isso, obviamente, também vale para prefeito e secretários. Que eles em seus cargos e nós em nossa obrigação cidadã possamos olhar para o Dia Mundial do Meio Ambiente não apenas como um dia para desenhar árvores em papeis originários de árvores tombadas. Que sejamos um meio para que o ambiente em que vivemos seja melhor. Hoje e amanhã. Por nós e por quem está por vir.