A combinação entre o técnico Osvaldo Alvarez, o Vadão, e o preparador físico Fábio Guerreiro, o Fabinho, parece ser a receita para o sucesso. O resultado coroou mais uma vez um trabalho perto da perfeição, aliado à estrutura oferecida pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a nomes como de Marta e Formiga. Pela quinta oportunidade, o mogimiriano sagrou-se campeão pela seleção brasileira feminina de futebol, ao conquistar a Copa América na noite do último domingo, após vitória sobre a Colômbia por 3 x 0, no Estádio La Portada, em La Serena, no Chile. Foi o heptacampeonato da seleção no torneio, carimbando lugar na Copa do Mundo, em 2019, e nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020.
O resultado foi obtido antes mesmo de entrar em campo, já que a Argentina, única que poderia ultrapassar o Brasil, foi goleada, antes do duelo, pelo Chile, por 4 x 0, abrindo espaço para as comemorações.
A doce rotina de conquistas de Fabinho teve início em 2014, com os títulos da Copa América e do Torneio Internacional de Brasília, o Pan-Americano de Toronto, no Canadá, e o Torneio Internacional de Natal, em 2015. De quebra, a seleção finalizou sua participação na Copa América de forma invicta, com 100% de aproveitamento. Em sete jogos, sete vitórias, quatro na primeira fase e três no quadrangular final, com 31 gols marcados e apenas dois sofridos.
“Todo título é especial, a conquista ninguém esquece, ninguém vai perguntar se você ficou em 2º lugar, e isso, infelizmente, acontece no Brasil. É a cultura do futebol brasileiro”, comentou Fabinho, feliz pela vitória, mas ciente de que um resultado adverso não levaria reconhecimento tanto a ele como à própria seleção.
Preparação
A preparação para a Copa América teve seu pontapé inicial em janeiro, na Granja Comary, em Teresópolis, no Rio de Janeiro, quartel general tanto da seleção masculina como da feminina. No decorrer de fevereiro e março, treinos táticos, técnicos, além da preparação física tanto das atletas que atuam fora do país como daqui, seguindo o calendário de disputa em seus respectivos clubes.
A concentração, feita em um hotel distante de onde se concentravam as outras delegações, e uma alimentação balanceada, que contou com a supervisão do cozinheiro chefe da seleção masculina, Jaime Maciel, foram outros pontos positivos que pesaram a favor de mais um título.
Vadão
À frente da seleção, o técnico Osvaldo Alvarez, o Vadão, tem um carinho especial por parte de Fabinho. Sempre presente na montagem de comissões técnicas em que comanda, seja em clubes ou na seleção. Vadão é tratado como um profissional tarimbado e experiente no mundo do futebol, mas que oferece espaço e liberdade aos mais jovens, no caso, o mogimiriano, hoje com 32 anos.
“Muita coisa evoluiu no futebol e ele (Vadão) nos dá uma abertura muito grande para o trabalho. O respeito e a confiança que tem em mim é muito interessante. Ele formou uma comissão mais jovem, que pode oferecer modernidade e expor idéias em análise de desempenho, tecnologia, questão técnica e tática. Ele nos deixa à vontade”, ressaltou.
Por pouco, autora do gol do título não foi cortada
Ao O POPULAR, Fabinho relembra o caso de Formiga, veterana da seleção e autora do gol do título que, dois dias antes da viagem para a disputa do torneio, durante uma divida no treinamento, teve suspeita de uma contusão no joelho. Cogitou-se até o corte da atleta, mas, para surpresa de todos, dois dias após o choque, a jogadora já estava treinando com o grupo novamente.
“Ela é um mito, privilegiada geneticamente. A gente(na seleção) brinca que ela é de Marte. Formiga é Formiga”, elogiou, de forma entusiasmada.
O preparador físico rasgou elogios a Marta, melhor jogadora do mundo em cinco ocasiões. “A Marta é supercompetitiva, não gosta de perder nem no par ou ímpar. Nos treinamentos, seja qual for, físico, técnico, ela vai até o limite, É um exemplo”, celebrou.