O ano começou sem luz para muita gente em Mogi Mirim. Desde a semana passada, em especial no último final de semana, seguidas quedas de energia elétrica atormentaram toda a cidade. Seja por segundos, minutos e até horas, a falta de iluminação foi responsável por inúmeras reclamações por todas as partes da cidade. Embora desde a última quinta-feira, dia 1º, o município tenha assumido os ativos de iluminação pública, composto pela manutenção de luminárias, lâmpadas, reatores e relés, o fornecimento de energia elétrica continua sob responsabilidade da Elektro.
A reportagem recebeu e apurou queixas de munícipes, de, ao menos, 15 bairros de Mogi: Centro, Santa Cruz, Residencial Murayama, Mirante, Jardim Brasília, Jardim Paulista, Inocoop, Vila Dias, Parque das Laranjeiras, Vila Dias, Sehac, Mogi Mirim II, Parque das Laranjeiras, Linda Chaib e Chácaras São Marcelo.
O problema foi presenciado em demasia, na noite de sexta-feira e na manhã de sábado, quando a interrupção chegou a durar de minutos até horas. Na tarde de quinta-feira e na noite de domingo a falta de energia também foi constatada. O curioso é que em diversas localidades, como o Centro, havia quem estivesse sem energia, enquanto o vizinho, como moradores ou comerciantes, tivesse energia normalmente. Além do apagão, situações como queda e volta repentina da energia, em questão de segundos, foi situação vista em diversos bairros.
Prejuízos
Por todo o município, moradores e comerciantes registraram prejuízos e demais problemas. Um deles foi visto no Supermercado Magui, localizado na Rua Rio de Janeiro, no bairro da Santa Cruz. O comércio ficou fechado na manhã de sábado por quase três horas, das 9h às 12h, obrigando o fechamento de portas e aviso aos clientes de que não havia energia para manter o supermercado aberto.
Cerca de mil pães que estavam na geladeira foram perdidos. “Perdemos muitas vendas no sábado de manhã, melhor horário da semana. Você deixa de vender e o cliente vai comprar em outro lugar” desabafou o proprietário José Carlos Guidini.
Ele explicou que uma operação foi montada dentro do supermercado logo após a queda de energia, tudo para evitar ainda mais prejuízos. O balcão do açougue foi esvaziado e os alimentos levados para a câmara fria, assim como outros produtos. Mas alguns que estavam na geladeira foram perdidos. Os caixas também pararam de funcionar, fazendo com que apenas os clientes que estavam dentro do supermercado fossem atendidos. Outros não puderam mais entrar.
A peixaria Santa Cruz, estabelecimento ao lado, também registrou problemas. A balança elétrica teve de ser substituída pela manual e se não fosse o freezer, que conserva os alimentos 24 horas, muita coisa teria sido perdida. No local, a energia acabou às 8h40 e voltou próximo do meio-dia. “Não tinha como ligar nem a serra (elétrica)”, relembrou Daniela Maria Fávero Carinta, funcionária da peixaria. “Foi praticamente um sábado perdido”, complementou a proprietária, Ivonete Aparecida Alves Carinta.
Na mesma rua, a casa de Mairte Cassilda Gazotto também ficou sem iluminação nos últimos dias. Sua filha, Ana Paula, contou que alimentos foram jogados fora, como leite, carne e feijão. “Ficou ligando e desligando, acabou perdendo (alimento)”, disse.
Mais
Ivonete Fernanda, do mercado J.L Colombini, no bairro do Mirante, afirmou à reportagem que a energia acabou e logo voltou por volta das 9h, mas logo depois caiu novamente, permanecendo assim por 50 minutos. Todo o seu estabelecimento foi prejudicado: computadores, freezer, máquina de frios e geladeira. Alguns entraram no sistema nobreak. Sem sistema no caixa, o pagamento por meio de cartões de débito e crédito foi prejudicado. “Teve que ser manual e anotando tudo, porque não funcionava”, contou.
Pilhas foram usadas para o funcionamento da balança na pesagem dos legumes, frutas e verduras. A mesma sorte não teve o sistema de monitoramento, que parou. “Interfere muita coisa, torra o sistema. Você fica preocupada”, completou Ivonete.