Caros leitores, estamos na zona vermelha. Não, não estou falando de fase do Plano SP de combate ao coronavírus. O Brasil acaba de entrar para a zona vermelha do ranking de liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras. No último levantamento ficamos em 111º lugar, quatro posições abaixo do levantamento anterior.
E o que isso significa, senhoras e senhores? Significa que o ambiente de trabalho dos jornalistas no País é considerado difícil, tóxico. E vimos caindo no ranking desde a chegada de Messias. “Insultos, estigmatização e orquestração de humilhações públicas de jornalistas se tornaram a marca registrada do presidente e sua família”, afirma o texto da RSF.
Estamos na mesma toada, amigos jornalistas, que colegas de Guiné, Bolívia, Bulgária e Indonésia, pra se ter ideia. E muito atrás de Noruega, o país com maior liberdade de imprensa pelo quinto ano consecutivo, e Finlândia, Suécia, Dinamarca e até Costa Rica. Que vergonha.
Mas vergonha deveria ter aqueles que se dizem democráticos, que defendem a liberdade de imprensa, o debate produtivo. Mas nem sempre é assim. Na maioria das vezes – e isso acontece aqui no interior do Brasil também – pressionam para fazer valer aquilo que os agrada, contestam e até desmerecem denúncias, questionam quem passa tal informação, como se não soubessem do direito ao sigilo da fonte.
Pior quando tentam achar um culpado pelo vazamento indevido de alguma informação ou notícia e acaba quase sempre sobrando para a imprensa, com ameaças de processos judiciais abusivos. Só que, embora na zona vermelha, ainda somos o lado mais forte dessa corda. Não custa lembrar! Mesmo com todas as dificuldades e com gente como Bolsonaro, um insultador de jornalistas por natureza, não deixaremos de fazer o nosso trabalho. Nunca.
Afinal, sem liberdade, quê democracia há?
Por hoje, só sexta que vem.