“Salve campeões, filhos de Mogi-Mirim! Salve Mogi-Mirim, terra dos Campeões”. Foi desta forma que a Revista A Paulistinha abriu o primeiro de seus muitos textos na edição número 8 de sua publicação. Era fevereiro de 1952 e, semanas antes, a cidade estava entusiasmada graças ao já veterano Mogi Mirim Esporte Clube.
No dia 20 de janeiro daquele ano, o clube conquistou o título de campeão da Zona 3 do Certame Amador de Futebol do Estado de São Paulo. Eram gloriosos tempos da modalidade. O próprio Sapão, que sequer era chamado assim pela nossa imprensa, ainda não havia experimentado o profissionalismo.
Fundado em outubro de 1903 e reorganizado em 1932, o Mogi só estrearia nos embates profissionais dois anos depois, em 1954. A base daquele time que debutou em estaduais era formada por heróis do título de 1952.
Em pose para o fotógrafo de A Paulistinha, Deoclécio Formenti, os jogadores e treinador tiraram fotos, dias depois, no Estádio Vail Chaves. Estavam elegantes, com faixas de campeão e um uniforme bem incomum aos olhos de quem conhece um Mogi mais contemporâneo.
A camisa era branca, com duas faixas vermelhas na horizontal na altura do peito, lembrando o layout tradicional do São Paulo Futebol Clube. O escudo centralizado não era idêntico ao atual e também lembrava muito o do Tricolor Paulista, com as cinco pontas. Possuía traços retos na parte superior.
No mais, lembrava o símbolo como conhecemos, sobretudo, pela inscrição ‘M.M.E.C’. Os calções também eram brancos e os meiões listrados em vermelho e branco. Não era um uniforme exclusivo. Também há fotos posadas com a marcante vestimenta vermelha e o escudo na parte alta do lado esquerdo.
Com estas célebres armaduras, os heróis de 1952 derrubaram rivais. Destacados oponentes foram o Rio Branco FC, um dos mais importantes clubes que já existiram na vizinha Itapira. O Altinópolis FC e a A.E. São Simão também se colocaram como bravos rivais.
Ninguém, porém, tirou do Mogi Mirim a taça de campeão, conquistada naquele 20 de janeiro de 1952 exatamente sobre a São Simão. Vitória dos comandados de Sebastião Miguel, treinador responsável por montar o forte esquadrão alvirrubro. Ele tinha o aval do presidente do clube, Nagib Chaib, que além de incentivador do esporte local, foi um político de grande envergadura, tendo sido, inclusive, deputado estadual.
Os detalhes dos líderes daquela campanha e dos atletas que representaram o Mogi Mirim no título de 1952 eu trago na próxima coluna, que será publicada no dia 24 de janeiro. Hora de conhecer mais sobre figuras que deixaram o nome cravado na história do esporte mogimiriano com um dos nossos primeiros grandes feitos regionais. Uma conquista que, merecidamente, teve empolgada passeata com as lendas daquele forte time. E que está eternizada graças às páginas da saudosa A Paulistinha.