segunda-feira, abril 21, 2025
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Sem reis na barriga: uma ação complementa a outra

Essa semana queria comentar sobre a importância das ações conjuntas. Vejo que cada vez mais vem se desenvolvendo coletivos em nossa região com as mais variadas temáticas e acho isso maravilhoso! Tem pessoas focadas na defesa dos animais, da cultura, das mulheres, das crianças, etc. E também ando notando várias ações sendo desenvolvidas por grupos, que não necessariamente são coletivos, o que também é demais, pois mesmo de forma pontual, a sociedade anda se movendo. Não é possível “trabalhar” sozinho, precisamos unir as forças para que as coisas aconteçam e isso não só em ações pontuais ou contínuas, mas como também no nosso dia a dia, dentro de casa, no relacionamento, na sala de aula, etc. As atividades não funcionam isoladas, afinal em sociedade vivemos. Em sociedade estaremos sempre. Então, me lembrei de um conto do autor Machado de Assis. Conhecem o conto chamado Apólogo?
Costumo usar esse texto na escola, mas ele cabe no dia a dia de qualquer um. É um diálogo sobre a linha e a agulha, em que discutem sobre qual dos itens é mais importante. A linha diz para a agulha: “Você fura o pano, nada mais; eu é que os coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados (…)”. Enquanto a agulha responde: “Sim, mas de que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo o que eu faço e mando…”.
Bom, o conto transcorre, com um final que logicamente não vou contar, mas uma coisa é certa: isoladamente, nem a agulha, e nem a linha, serviriam para nada no caso da costura! Em outros casos também podemos pensar… Ora, como uma linha, por exemplo, amarraria algo, como uma série de bexigas coloridas para uma superfesta, se não houvessem as bexigas?
Então, de maneira isolada nada funciona. Posso tentar fazer o máximo e você também, mas se não houver cooperação nada irá funcionar. Cada qual tem que estar comprometido em fazer sua parte (desde o respeito até as atividades que o grupo organiza). Recordo-me de um ensinamento da gerente de uma área que atuei há tempos: ela dizia que a porcentagem tinha que ser o mesma para todos e era 100%. Porque se um se compromete com 10% e o outro com 100%, ou 80%, as coisas também não funcionam e surge o desacordo, o saco cheio, e finalmente a desistência.
Por fim, por mais que tenhamos nossas características individuais, somos seres que convivemos. Por isso, precisamos respeitar as diferenças, auxiliar o próximo, e manter bons meios para existirmos em harmonia. As pessoas sempre irão precisar umas das outras. Eu preciso e você também e cada qual tem seu papel nesse mundão, em que uma atitude complementa a outra. Por isso, sem reis na barriga!

Ludmila Fontoura é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a Puc-Campinas, além de Historiadora e pós-graduada em História Social pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu, as Fimi.

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