A greve dos servidores das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), iniciada na terça-feira passada, já parte para o 12º dia de paralisação nacional. A princípio, as agências na região paralisariam as atividades apenas no dia 7, mas Campinas deliberou greve por tempo indeterminado.
Na última semana, houve adesão das agências de Mogi Mirim, Mogi Guaçu e Itapira. Fazem parte deste quadro as cidades de Sumaré, Pedreira, Valinhos e Santa Bárbara. Em Cosmópolis, os servidores aderiram parcialmente à greve. Já a agência de Hortolândia atende apenas as pessoas quem têm agendamento.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo (Sinsprev), os atendimentos da perícia estão sendo mantidos em todas as agências do INSS, pois a categoria de peritos não aderiu ao movimento.
Em Mogi, o Sinsprev estima que mais de 70% dos funcionários do atendimento e setor administrativo aderiram à greve. O objetivo é pressionar o Governo Federal para uma proposta de reajuste salarial. O último aumento real recebido foi em 2008.
A categoria reivindica um reajuste de 27,3 %, o que corresponde à reposição das perdas salariais devido à inflação, jornada de 30 horas, incorporação das gratificações para aposentados, contratação de mais servidores através de concurso, melhores condições de trabalho, fim do assédio moral e isonomia entre ativos e aposentados.
De acordo com o Sinsprev, 21 Estados já deliberaram greve e cerca de 70% dos agendamentos de benefícios no Brasil deixaram de ser atendidos. A agência, que funciona na Adib Chaib, presta todos os serviços da Previdência Social. A média diária de atendimento é de 250 pessoas por dia.
Negociações
Embora os servidores estejam dispostos a negociar, até o momento não houve uma proposta favorável por parte do governo, que oferece reajuste salarial de 21,3% escalonado em quatro anos, até 2019.
“Ou seja, oferece um índice que não repõe nossas perdas salariais reais e está abaixo dos índices de inflação. Nossa proposta é de 27,3% imediatos mais correções inflacionárias para os próximos anos”, defendeu a Diretoria Regional do Sinsprev.
Na semana passada, a audiência entre o secretário das Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, e o Fórum de Servidores Públicos Federais não avançou nas negociações e nenhuma proposta alternativa à anterior foi apresentada.
Na segunda-feira, em uma nova audiência com o ministro da Previdência Social, Carlos Gabbas, o governo se comprometeu em oferecer alguma contraproposta acerca das demais reivindicações.
A próxima reunião no Ministério do Planejamento está agendada para o dia 21. Ontem, foi feita uma assembleia estadual com os servidores, na sede do Sinsprev, em São Paulo, para discutir o panorama de greve.
Outro lado
Em nota oficial sobre a greve, o INSS informou que os segurados que possuem agendamento para atendimento em uma Agência da Previdência Social (APS) e que não sejam atendidos, em razão da paralisação, terão sua data remarcada.
O reagendamento será realizado pela própria APS e o segurado poderá confirmar a nova data ligando para a Central 135 no dia seguinte à data originalmente marcada.
O texto também reforça que o Ministério da Previdência social e o INSS têm baseado sua relação com os servidores no respeito, “mantendo as portas abertas às suas entidades representativas para a construção de uma solução que contemple os interesses de todos”.