A primeira sessão ordinária da Câmara Municipal começou pegando fogo, embora a pauta indicasse que poucos projetos importantes seriam votados. O principal deles, a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar as denúncias do suposto pedido do pagamento de suborno e ilegalidades em um processo licitatório, foi rejeitado por nove votos a sete.
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Votaram contra a criação da CEI: Daniel Santos (PV), Daniela Dalben (SDD), Dayane Amaro (PDT), Laércio Rocha Pires (PPS), Leonardo Zaniboni (SDD), Márcia Róttoli (SDD), Manoel Palomino (PPS), Waldemar Marcúrio Filho (PT).
Além desses, o suplente do vereador Benedito José do Couto, o Dito da Farmárcia (PV), que pediu afastamento por sete dias por problemas de saúde, Honório José Ferreira, o Dr. Honório (PV), também votou contra o requerimento.
A vereadora Luzia Cristina Côrtes Nogueira (PSB), agradeceu os companheiros que a apoiaram votando favorável a sua proposta. “Quem não deve não teme. Esse é o papel do vereador: investigar o Executivo. Não vamos prevaricar”, apelou.
“A população merece uma resposta. Eles estão denegrindo a imagem da população e a nossa também. Eles não passam de aventureiros, não sabem o que fazem e onde querem chegar. Até quando vamos virar as costas para isso?”, questionou Luiz Guarnieri (PT).
O vereador Ney também utilizou a tribuna para comentar o caso. Ele afirma que achou estranhas as denúncias por conta da suposta falta de provas. “Não aprovo o requerimento, não que seja contra, mas isso já está sendo investigado pelo Ministério Público”, justificou. “Enquanto o governo não consegue fazer nem um pregão decente, ainda quer fazer uma PPP?”, colocou Maria Helena Scudeler de Barros (PSDB), se referindo a terceirização de serviços do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae).
Outro
Os vereadores aprovaram por unanimidade a emenda à Lei Orgânica Municipal que dispõe sobre a fixação dos salários de secretários pela Câmara. O próximo passo para diminuir o salário dos secretários municipais dos R$ 9.800 atuais para R$ 7.900, é aprovar o projeto da Mesa da Câmara que foi lido na segunda-feira.
Polícia foi até chamada por Carteiro
A manifestação de jovens irritou o presidente da sessão, João Carteiro, que chamou até a Polícia Militar para colocar os manifestantes para fora. Eles chegaram minutos após a rejeição da criação da comissão com cartazes, pizzas e refrigerantes. Rapidamente, o presidente interrompeu o discurso e encerrou temporariamente a sessão.
Guardas Civis Municipais retiraram a comida do plenário e se colocaram a frente dos manifestantes. A Polícia Militar foi acionada, porém o tenente da corporação informou que necessitaria de uma aprovação de seu comando para retirar as pessoas, caso atrapalhassem o andamento dos trabalhos. A ação teria sido autorizada, mas não chegou a ser necessária.