A partir de agora quem tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) deverá passar por cinco aulas obrigatórias de direção em um simulador antes de ser liberado para as aulas práticas nas ruas. A nova norma, prevista em resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), está em vigor no país desde o primeiro dia do ano e aumentará o preço da CNH. Cada hora aula no simulador custará R$ 40 segundo o Sindicato das Auto e Moto-Escolas do Estado de São Paulo, R$ 200 a mais, o que representa um aumento de 16% no custo. O preço médio para tirar a primeira habilitação é de R$ 1.200.
Os condutores irão aprender conceitos básicos para dirigir, como trocar a marcha e dirigir sob neblina e aquaplanagem, quando os pneus perdem o contato com o asfalto devido ao grande volume de água. Por outro lado, as cinco aulas de treinamento, que terão duração de cinco a 30 minutos, farão com que o condutor demore ainda mais para tirar a carteira de motorista, já que após a inscrição na autoescola, o candidato deve colher às impressões digitais, passar por exame médico, psicotécnico e frequentar aulas teóricas que variam de 15 a 20 dias, antes da prova específica sobre regras de trânsito e as aulas práticas nas ruas.

O valor de cada aula no simulador pode variar de estado para estado. Em Santa Catarina, as cinco aulas custam acima de R$ 280. Alguns estados tentam, inclusive, prorrogar a lei, mas o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) não deve atender ao pedido. Caso não queiram efetuar a compra, as autoescolas podem alugar o equipamento.
Medida é aprovada por auto-escolas
Em Mogi, as aulas no simulador devem começar até fevereiro. O CFC-A Mogi Mirim, que recebe alunos de diversas auto-escolas na cidade, já efetuou a compra de um simulador, que varia entre R$ 38 e R$ 40 mil e aguarda o envio do equipamento pelo fabricante para dar início às aulas. “Pelo que temos de conhecimento, vai dar uma boa noção para quem vai dirigir, vai chegar na aula já tendo uma noção”, acredita Mariana Delatorre da Silva, diretora geral da unidade.
Segundo ela, o valor de cada aula pode variar entre R$ 40 e R$ 50, e os alunos terão a opção de iniciar o aprendizado já com o curso teórico do CFC em andamento.
A opinião da diretora é compartilhada pela auxiliar administrativa da Auto Escola Casagrande, Cíntia Ricci Procópio. “Acredito que melhore, para as pessoas que tem dificuldade (de dirigir) é vantagem. Para quem tem facilidade não será tanto problema”, opinou.

Luiz Antonio Martinelli Mello, proprietário da Auto Escola Mello, aprova a medida, mas pede mais agilidade no envio do aparelho. “Isso já é estudado há mais de dois anos, é útil, mas do jeito que estão impondo, não sei se vai usar tão cedo, vai antecipar o que faz nas aulas práticas. Irá funcionar, mas quando, não sabemos”, alertou.
“Do jeito que estão impondo, não sei se vai usar tão cedo”
Luiz Antonio Mello, proprietário da Auto Escola Mello, citando a demora na chegada do equipamento