O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) está em estado de alerta quanto ao consumo de água em Mogi Mirim. O racionamento adotado em inúmeras cidades do Estado de São Paulo e da região, devido à estiagem, e o desperdício por parte da população, ligaram o sinal amarelo na autarquia. Para reforçar essa preocupação, o Saae enviou ao prefeito Gustavo Stupp um projeto de lei que relata o excesso no consumo e alerta que a situação no município poderá ficar crítica nos próximos meses caso a conscientização não seja adotada pelos munícipes. Após análise pelo prefeito, o projeto deverá ser enviado à Câmara Municipal para aprovação dos vereadores.
Este é a primeira vez que a autarquia admite estar em sinal de alerta, e que medidas para conter o desperdício se fazem necessárias. No mês de abril, em entrevista ao O POPULAR, o ex-presidente do Saee, Celso Cresta rechaçou a chance de racionamento em Mogi, afirmando que a cidade, por captar água de uma represa hidrelétrica em Mogi Guaçu, dimensiona o reservatório para longos períodos de estiagem, de dois a até quatro anos. O desperdício também não era motivo para alarde, com a autarquia pedindo apenas que a população economizasse água e baixasse o consumo, situação reforçada em agosto e que já havia sido feita em fevereiro.
No projeto enviado ao prefeito, a assessoria de comunicação da Prefeitura informou que o teor é baseado no pedido pelo uso de maneira consciente, e que ações que intensifiquem a fiscalização contra o desperdício continuarão sendo adotadas. Campanhas educativas já são realizadas e leituristas auxiliam munícipes em visitas a residências com dicas e orientações que evitem a perda da água.
A população também pode colaborar caso veja vazamentos ou problemas relacionados ao desperdício entrando em contato com a autarquia. “O Saae está em constante alerta, verificando pontos de desperdício. Se eventualmente abaixar o nível da água (na represa), pode intervir. A situação é de alerta”, informou o Executivo.
O vereador Luis Roberto Tavares, o Robertinho (SDD), na sessão da Câmara na segunda-feira, já havia comentando sobre o envio do projeto de lei ao Executivo.
Desperdiça
Em julho, O POPULAR publicou reportagem sobre o desperdício de água tratada em Mogi, que segundo o ex-presidente da autarquia chegava a 47%. O motivo, segundo ele, eram vazamentos na rede atual, já deteriorada com o tempo. À época, a Administração afirmou que a troca das tubulações era o principal motivo para a realização de parcerias com a iniciativa privada.