sábado, novembro 23, 2024
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Em assembleia, Sindicato dos Servidores Municipais decide recorrer à Justiça do Trabalho

Em assembleia geral extraordinária, realizada no início da noite de quinta-feira, dia 5, na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mogi Mirim (Sinsep), os funcionários da Prefeitura decidiram, por meio de votação, qual medida será tomada quanto à luta pelo reajuste salarial. A assembleia, com primeira chamada às 17h30 e a segunda às 18h, teve duração de pouco mais de 40 minutos.

Presidente do Sinsep, Luciano de Mello, apresentou as opções aos servidores (Foto: Ana Paula Meneghetti)

Dos 2,5 mil servidores, apenas 50 participaram da reunião. Entre as opções apresentadas pelo presidente do Sinsep, Luciano Ferreira de Mello, a categoria votou a favor de uma audiência de conciliação com o Executivo, no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), em Campinas. Além da conciliação, entre as demais alternativas também estavam aceitar a situação atual, em silêncio, ingressar com uma ação judicial, realizar uma manifestação ou ainda entrar em greve.

Segundo o advogado do sindicato, Alison Silva, se os servidores optassem pela paralisação dos serviços, a Administração Municipal poderia descontar os dias parados e a cesta básica do mês, consequências não aprovadas pelos funcionários. Além disso, Silva ainda destacou o fato da categoria ser desunida, o que acaba desmoralizando o movimento. “Se fosse unida, eu falaria: façam greve. Mas, poderia deixar a greve como uma opção”, explicou o advogado.

De acordo com Mello, uma ata seria elaborada, ainda na sexta-feira, e protocolada até nesta segunda, dia 9, para chegar o quanto antes à Prefeitura. “Queremos resolver isso de forma objetiva, sem estresse para os servidores e Executivo”, afirmou o presidente.

Pedidos
Em uma outra assembleia, no dia 8 de fevereiro, por decisão da maioria dos presentes, o sindicato protocolou, via ofício, um pedido de 10,3% de correção salarial, montante dividido entre o repasse inflacionário dos dois últimos anos, mais aumento real de 2,5%.

Além disso, também por votação, foi aprovado o pedido para que o salário mínimo base dos servidores fosse de R$ 1.108.38, o mesmo a nível estadual, bem como o vale refeição, de R$ 190,80, correspondente a 20% do salário, complementação do auxílio-doença para 90 dias e ainda a manutenção da cesta básica. No ano passado, o prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) não concedeu reajuste à categoria.

Descaso
Em nota “Prefeito ignora o dissídio”, publicada no dia 31 de março, na página oficial do sindicato no Facebook, o Sinsep lamentou o silêncio da Administração Municipal, que não se manifestou, dentro do período estabelecido, sobre a questão do reajuste dos servidores. O sindicato classificou a atitude como descaso do Executivo.

Isso porque logo após o Sinsep enviar o pedido de reajuste, a Secretaria de Governo informou que se posicionaria até dia 20 de março, depois de encerrado o balanço fiscal de fevereiro. Segundo o Sinsep, dentro desse prazo ainda seria possível escapar das limitações da lei eleitoral, o que não ocorreu.

Desde o ano passado, a data-base da categoria foi transferida para o mês de março, através da Lei Complementar nº 320/2016, atendendo a um pedido do sindicato, para que em ano eleitoral os servidores não ficassem prejudicados nas negociações salariais devido às limitações impostas pela legislação eleitoral.

A legislação eleitoral fixa um prazo de, no máximo, 180 dias anteriores à data da eleição para revisão geral que exceda a perda inflacionária do ano, ou seja, após o dia 10 de abril, o prefeito não poderá estabelecer um aumento que ultrapasse a inflação do ano em curso. No dia 21 de março, o Sinsep protocolou um novo ofício, reiterando posicionamento, mas não obteve retorno do Executivo.

Explica
Procurada pela reportagem, a Prefeitura informou que prosseguem os estudos financeiros para a viabilidade de concessão de reajuste salarial aos servidores municipais. Um grupo de secretários das áreas financeira, administrativa, jurídica e social, além da Secretaria de Governo e da chefia de Gabinete, tem discutido o assunto junto ao prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB).

“Ainda assim, todos os esforços estão sendo feitos para que seja apresentada uma proposta ao Sinsep, o que deve acontecer ainda nos próximos dias”, afirmou. O Executivo esclareceu que a preocupação é com o limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de até 51,3%, situação já atingida atualmente pela Administração Municipal, tendo em vista as receitas correntes lançadas da Prefeitura e Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae).

A Administração disse também que tem interesse em apresentar o quanto antes uma posição, levando em conta a delicada situação financeira do Município e sabendo da necessidade de honrar seus compromissos com fornecedores e com aqueles que são fundamentais para as atividades da cidade: os servidores municipais. Com relação à audiência de conciliação, a Prefeitura adiantou que estará presente para apresentar as informações necessárias e as condições financeiras para o dissídio dos servidores.

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