Em assembleia geral, realizada na noite de quinta-feira, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mogi Mirim (Sinsep) propôs um reajuste salarial no percentual de 9,5% para o dissídio da categoria, cuja data-base é 1º de março. A porcentagem foi decidida pela maioria dos apenas 36 servidores presentes à reunião. Um ofício com a proposta será encaminhado à Prefeitura, que deverá apresentar uma contraproposta e chegar a um número que satisfaça o funcionalismo e não comprometa ainda mais os cofres públicos, impactados pela grave crise econômica e os compromissos herdados da última gestão. Além disso, o sindicato pleiteia a readequação do salário mínimo estadual de R$ 1.076.
Entre o final de fevereiro e o início de março, a Prefeitura, por meio do secretário de Finanças Roberto de Oliveira Junior, já havia encaminhado um ofício ao sindicato solicitando, em caráter excepcional, o adiamento das negociações para julho em virtude da crise financeira.
Na quinta-feira, a assembleia foi conduzida pelo presidente Luciano Ferreira de Mello, à frente do cargo desde abril. De início a sugestão do sindicato foi a de que a categoria apresentasse um percentual de 6,57%, assim como na Câmara Municipal, que concedeu o reajuste dos salários, vencimentos, proventos e pensão mensal de seus servidores, em março. Foram buscados também os índices médios de mercado. Entre abril de 2016 e março deste ano, a inflação variou na casa dos 4,57%. Contudo, após debate entre os presentes, chegou-se a 9,5%.
Em seu discurso, Mello ressaltou o delicado momento financeiro vivido pelo país e, consequentemente no município, e pediu compreensão aos servidores. “Considerando as dificuldades do nosso município, sugiro que sejamos realistas em relação a essa dificuldade”, relatou, fazendo o adendo de que as negociações com a atual administração do prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) deverão ser tratadas de maneira mais ordeira e profissional em relação à gestão passada. “Não existe brincadeira nessa administração. Vamos trabalhar o hoje, passado é passado”, cobrou.
Cidades
O sindicato apresentou planilhas de reajustes pela região, como em cidades da Baixa Mogiana e outras próximas ao município, como Mogi Guaçu, de 4,3% mais R$ 100 no menor salário, Itapira, de 4.08%, Jaguariúna, de R$ 100 de abono incorporado ao salário e reajuste de 7%, Conchal, de 5%, e Araras, também de 7%. Em Campinas, as negociações seguem em andamento.
No ano passado, as tratativas para o dissídio do funcionalismo se arrastaram, com um forte embate entre o Sinsep e a Prefeitura e uma decisão sendo tomada apenas na Justiça, em uma audiência de mediação e conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), em Campinas. No final, a classe teve um reajuste de 7,29% dividido em duas parcelas de 3,58%.