O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinsep), Antonio Maciel de Oliveira, o Toninho, espera contar com o bom senso do funcionalismo para o dissídio que deve ocorrer em maio. Ciente de que o reajuste salarial não deve ser tão alto quanto o que os trabalhadores esperam, o sindicalista espera que as distorções sejam corrigidas neste ano.
“Tem que ter reajuste, mas este ano deve ser menor, por conta da reestruturação de cargos e salários. Muitas categorias terão aumento e isso deve impactar na folha de pagamento. Então, não tem como fugir da Lei de Responsabilidade Fiscal”, justificou.
“É preciso que os servidores entendam a situação e tenham bom senso nesta questão, pois não dá pra fazer tudo de uma vez”. No entendimento do sindicato, além da reestruturação, o ganho salarial não poderá ser menor do que o índice de inflação e não poderá ser dividido em parcelas como ocorreu no ano passado.
As negociações, inicialmente previstas para ter início em fevereiro, ainda não começaram, por conta de um pedido do prefeito Gustavo Stupp (PDT) para que a assembleia, que discutiria as reivindicações da categoria, fosse adiada para a apresentação do Plano de Cargos e Salários, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“Creio que nesta semana eles já terminam de analisar. O secretário de Negócios Jurídicos me falou que todos os secretários já tiveram acesso ao documento e que ele estava terminando de verificar algumas coisas”, explicou.
Na última semana, Stupp comentou sobre a situação. “A FGV já nos apresentou a proposta que corrige distorções históricas, mas não faz milagre. Será algo mais próximo do que é justo. Não dá pra fazer grandes mudanças, pois isso impactaria na folha”, disse.
Greve
Agora, Toninho descarta a possibilidade de uma nova greve, como ocorreu no ano passado. “Vou fazer de tudo para não entrarem em greve. Nesse processo ninguém sai ganhando. Acho que devemos entrar em um entendimento com a Prefeitura, talvez ceder um pouco agora para ganhar lá na frente”, concluiu.
RELEMBRE O CASO
Em maio do ano passado, a Prefeitura negou a proposta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinsep) de reposição, mais aumento real e abono e ofereceu apenas um abono salarial de R$ 100. Em seguida a Administração voltou atrás na decisão, sinalizando a possibilidade de não haver nenhum aumento à categoria, que entrou em greve. O Governo justifica preocupação com o limite prudencial com a folha de pagamento recomendado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que não deve passar de 51,3% do orçamento municipal. Atualmente, a folha está estimada em mais de R$ 130 milhões ao ano.