Com a proximidade do fim da janela eleitoral, fixada pelo Congresso Nacional em fevereiro e que possibilitou a todo detentor de mandato eletivo poder se desfiliar de partidos sem perder o mandato por infidelidade partidária, políticos de Mogi Mirim correm contra o tempo a fim de garantir suas novas legendas e decidir o futuro visando as eleições municipais marcadas para outubro. Nomes de peso e com relevância na Câmara Municipal, vereadores mantém ar de mistério, e prometem anunciar aos “45 do segundo tempo” suas novas casas políticas.
São eles: o presidente da Mesa Diretora, João Antonio Pires Gonçalves, o João Carteiro, recém-saído do PMDB após 18 anos, Luiz Roberto Tavares, o Robertinho, ex Solidariedade (SDD), e Cinoê Duzo, que de forma surpreendente anunciou sua saída do PSD na tarde da última sexta-feira.
João
O clima misterioso tem ar de filme. Nenhum dá pistas ou indícios de onde podem ir, mas devem revelar seus destinos até a manhã de sexta-feira. João Carteiro, que se desligou do PMDB há cerca de 10 dias, havia prometido anunciar seu destino na última semana, mas envolto em diversas tratativas e negociações, adiou para esta semana. Na sessão da Câmara Municipal de segunda-feira, prometeu revelar seu novo partido amanhã.
Nos bastidores da política, o comentário é de que João encontra dificuldades para definir uma nova casa. O PROS, do vereador Waldemar Marcúrio Filho, o Ney, e até o PRB surgem como possíveis destinos do presidente do Legislativo, mas tudo ainda é incerto.
Cinoê
Vereador de grande prestígio junto à população e o mais votado nas eleições de 2012, Cinoê Duzo surpreendeu a todos ao se desfiliar do PSD, na tarde da última sexta-feira. O próprio vereador, via WhatsApp, comunicou à imprensa seu desligamento da legenda, agora presidida pelo empresário Danilo Zinetti, após a saída da presidência do publicitário Luis Otávio Frítolli, o Tatá.
Cinoê afirmou que deixa o PSD sem desavenças ou problemas, fato confirmado pelo próprio Danilo, e que decidirá seu futuro “com muita calma”. O vereador admitiu à reportagem ter recebido várias propostas, e que independente de seu futuro político, continua sendo pré-candidato a prefeito.
A saída de Cinoê praticamente enterra a possibilidade de uma possível dobradinha com Carlos Nelson Bueno, caso o ex-prefeito seja confirmado como o candidato do PSDB, o que deve ser sacramentado nos próximos meses ou até antes. O PSD tem estreita ligação com os tucanos e deve fazer parte do grupo de coligação.
Há quem aposte que Cinoê possa ser o vice de Maria Helena Scudeler de Barros, que filiou-se ao PSB, mesmo partido do ex-prefeito Paulo de Oliveira e Silva, na última quinta-feira, em solenidade que contou com a participação do vice-governador do Estado, Márcio França. O Partido Ecológico Nacional (PEN) surge como alternativa para Cinoê.
No mesmo dia da saída de Cinoê, o PSD anunciou a filiação do ex-vereador Orivaldo Aparecido Magalhães, o Magalhães da Potencial, que deve ser candidato a vereador.
Robertinho
Em rota de colisão com o SDD, e já desfiliado do partido desde a última sexta-feira, o vereador Luis Roberto Tavares, o Robertinho, trata como “segredo de estado” sua nova casa política. Ele, que em entrevista à reportagem há duas semanas, afirmou que falaria sobre seu partido aos “45 do segundo tempo”, e que surpreenderia muita gente, promete para esta quinta-feira o anúncio.
Entre um misto de seriedade e risadas, marca de Robertinho em conversas, seja na Câmara ou pela cidade, o clima de surpresa é marca carimbada e o novo partido está guardado a sete chaves.
Pela Câmara, comentários dão conta de que ele poderia se encaminhar ao PEN. Comenta-se ainda de uma possível ida ao PSB, partido também ventilado como destino de Dayane Amaro, embora ela deva continuar no PSDB, sua casa desde outubro do ano passado.