Precisamos falar sobre retornos. Após a volta das aulas presenciais, a retomada da ocupação total em estabelecimentos comerciais, chegou a vez de acompanharmos o anúncio do retorno das atividades esportivas coletivas. Aquelas com contato físico na competição. Sabemos que ainda estamos em plena pandemia, longe de estarmos imunes, sobretudo coletivamente, à Covid-19.
Mas sabemos também que, graças à vacinação, um pleito que ainda encontra resistência, principalmente graças ao desserviço de pessoas como o presidente da República, estamos em uma fase muito melhor do que já vivemos.
Aos poucos, a rotina retornará. No esporte, pelo que foi publicado pela Prefeitura, em um primeiro momento, clubes e outros espaços particulares estão liberados para desenvolver atividades coletivas, algo que está vetado desde março do ano passado.
Já as atividades da própria Secretaria de Esporte. Juventude e Lazer e nas praças esportivas públicas reiniciarão em breve, no final de setembro. Finalmente. Não que fosse possível esta liberação anteriormente, que fique claro. Mas, finalmente, porque o esporte é uma ferramenta fundamental para a saúde e para a sociedade de forma geral.
Esperamos que a visão de quem comanda esta área seja ampla. Que se possa manter ações de alto rendimento, como a natação e o voleibol, que sempre colocam Mogi Mirim em evidência e criam espelhos para crianças e adolescentes. E que também sejam criados novos mecanismos, incluindo mais modalidades, para atrairmos mais e mais alunos para as escolinhas.
Até porque, pelo que se sabe, o futebol, a tal paixão nacional, já estava com um número mirrado de crianças antes mesmo da pandemia. E se o futebol sofria, imaginem as outras atividades? E por falar em sofrer, temos ainda outro retorno em pauta.
Nos últimos dias, o Mogi Mirim Esporte Clube voltou a jogar profissionalmente. Foram 1.181 dias entre a última rodada da Série D do Brasileiro de 2018 e a primeira rodada da Segunda Divisão do Paulista de 2021.
É claro que dá saudade de ver o Sapão da Mogiana em campo. Mas que fique claro. Podemos noticiar algo relacionado aos jogos, à equipe e tudo mais. Afinal, a instituição não tem culpa. Porém, jamais olharemos para a agremiação sem esquecer que ela está em mãos urubuzentas.
Oras, são 2.235 dias de uma mesma gestão. Nada mudou no cenário político do clube. É o mesmo grupo que substituiu uma diretoria sedenta por vingança em relação à cidade, devido ao ego de seu mentor. As pessoas que hoje gritam que o Mogi está em reconstrução são as mesmas pessoas que o desconstruiu.
Nunca esqueceremos que esta é a gestão dos cinco rebaixamentos em sete campeonatos. Dos recordes de dívidas, das escabrosas ações trabalhistas. Um dia a farra vai acabar. A farra sempre acaba. E, aí sim, desforraremos pelo retorno de um patrimônio de toda a coletividade mogimiriana para mãos que o amam.
Por enquanto, apenas aguardamos as voltas que o mundo dá e aguardar para que este presente sombrio fique preso em uma caixa de horrores, que servirá apenas como lição para, nunca mais, a sociedade mogimiriana permita que um bem histórico como este seja controlado por qualquer um.