Fruto da paixão de moradores do bairro pela bola, a Sociedade Esportiva Santa Cruz atingiu 60 anos da fundação na quinta-feira. Um dos mais tradicionais clubes amadores de Mogi Mirim, a agremiação foi fundada em 8 de maio de 1954 por um grupo de moradores da Santa Cruz, que brincavam em campo entre as ruas Rio de Janeiro e Anhanguera.
O presidente fundador foi o então zagueiro Antonio Bianchi, o Toninho, que ficou na presidência até 1968, quando assumiu Névio Secolin, um dos fundadores. “A gente era meia dúzia que chutava uma bola para lá e pra cá, aí fizemos o time”, descreve Bianchi, com simplicidade.
No início, o time disputava amistosos. Depois, passou a campeonatos. Em 1960, foi vice-campeão do Amador, perdendo a final para a Prefeitura.
Entre os jogadores do início estavam Luiz Mantovani, Moreno e Canhoteiro. Um fato curioso ocorreu nos primórdios. No primeiro uniforme, com a camisa branca e listras pretas em diagonal, foram produzidas apenas 10 camisas, faltando uma, do zagueiro Hortêncio. Então, foi comprada uma camisa branca com faixa preta e pintado o símbolo do clube. O uniforme teria sido inspirado no Vasco da Gama.
Da inatividade aos títulos sob o comando de Leiteiro
Depois de um período, o terreno do campo da Rua Rio de Janeiro foi loteado e a Santa Cruz passou a jogar no antigo Aeroclube. Com a construção de um hangar, deixou o Aeroclube e ficou inativo, o que antecedeu a chegada de um novo comandante, de uma nova “casa” e dos títulos.
Times no bairro surgiram como o Diocesano e o Palmeirinha, que jogava em campo onde está o Fórum. Com a construção do Fórum, o Palmeirinha foi extinto. Rovalde Banchieri, o Leiteiro, que estava no Palmeirinha, mas era jogador da Santa Cruz na década de 50, decidiu reativar o ex-clube, entre o final de 79 e começo de 80. Leiteiro assumiu a presidência da Santa Cruz e ficou até a morte, em 2000. No princípio de sua gestão, o time passou a atuar no atual Estádio Ismael Polettini, no Parque da Imprensa, inaugurado em outubro de 80, com a denominação sendo uma homenagem a um ex-atleta do clube. Outros nomes especiais do passado foram Friaça, Zé Polettini e Patinho.
A Santa Cruz ganhou três títulos do Amador: em 1984 e 1998/99. “Os três foram na gestão do Leiteiro, temos que enaltecer essa batalha dele. Era um abnegado”, elogia Marquinhos, atual técnico.
Em 1984, Leiteiro acumulava a função de técnico e o craque era Careca, para muitos o melhor da história. O time tinha Ademir Fubá, filho de Névio. Naquele ano, a equipe disputou o Desafio ao Galo, mas perdeu para a Goodyear. No período do bicampeonato, atuaram nomes como Barione, Antonio Rafael, Ricardo Rossi, Nani e Rolinha, com o técnico Juninho Corrêa. O clube pretende realizar um amistoso no segundo semestre, com atuação de atletas campeões.
Após a morte de Leiteiro, a Santa Cruz foi presidida por Tristeza. Hoje, o presidente é Harley Diogo.