Em 2018 a Gabi cursou o nono ano do Ensino Fundamental e completou 15 anos. Em 2017 ela já esperava por isso e a todo momento dava um spoiler do que estava por vir. Cada vez que falava comemorando, eu sorria com a boca e meu coração quase parava. Isso porque, na mesma fração de segundos, eu imaginava o quanto tudo isso iria custar. E custou! Custou experiências e dias incríveis.
Ela dançou em oito festas, além da dela. Podem imaginar quantos ensaios isso representa? Teve fase que tinha na sexta à noite, sábado de manhã, sábado à tarde e domingo de manhã. Adeus cerveja! Para quem já trabalha a semana inteira, nada como ter um final de semana comprometido, não é mesmo? De forma simplista, sim, mas se ampliarmos só um pouquinho o foco e olharmos para o que de fato vale a pena na vida, não trocaria por nada.
Esses ensaios trouxeram o carro cheio, bem mais cheio até do que a lei permite rsrsrs! E não era só cheio de gente, era cheio de alegria, de história, de energia, de sentimentos aflorados… Cheio daquela liberdade que a gente desfruta quando ainda não apanhou da vida!
E os amigos? Tinha quem não tivesse habilidade nem para o “dois para lá e dois para cá”, mas se esforçavam, se dedicavam, tudo pela parceria. Não posso deixar de citar os pais! Gente que eu só conhecia de nome e revezava na carona. Gente que pagou pelo aluguel da roupa, que levou cedo, que buscou de madrugada!
Eu fui a “do contra” em casa na hora da festa dos 15 anos. E, ainda bem, fui voto vencido. Até hoje me emociono em descrever tudo que aquele dia me trouxe. Foi uma festa pequena, com pessoas que fizeram parte da vida da Gabi. Talvez por isso, em cada rosto que olhava, via amor. Eu via gente feliz em estar dividindo aquela alegria genuína! Isso é Divino!
Este ano seria a vez do Neto, mas, a Covid não deixou. Eu já estava preparada, já tinha aumentado minhas referências sobre o que vale a pena gastar energia na vida e certamente conduziria com muito mais leveza que da outra vez. Estava até ansiosa para reviver.
O que eu quero dizer com tudo isso é que sim, nós temos que ser responsáveis com o dinheiro, principalmente quando se sustenta uma família. Mas, o mais surpreendente, é que, no final, não fez a diferença que eu morria de medo que fizesse. Hoje, como estamos com a vida mais calma por conta da pandemia, a questão financeira está mais aliviada, mas o “saco de memórias” está bem mais vazio.