Sabe aquela história de passar margarina no pão e ele cair virado para lambuzar todo o chão? Então, meus dias seguem essa ordem. É cada coisa que me acontece e tem horas que nem eu mesmo acredito! Já bati o nariz na porta de vidro do banco, pisei e derrubei todo o lixo na sala de aula enquanto explicava sobre a Grécia – andava para trás e espatifei tudo, fui atropelada na rua do jornal, picada no pescoço por abelha, minha moto já caiu na enxurrada e a última das coisas mais desastrosas aconteceu esses dias: quando derrubei umas garrafas de vidro no supermercado, após bater minha bolsa. Foi sem querer, como sempre, mas fiquei roxa, rosa, verde; sorte que estava de óculos escuro enquanto notava as pessoas abismadas com o líquido espalhado no chão. Foram momentos de tensão, hehe!
As coisas mais malucas acontecem nos meus dias. Não sei, mas deve ser porque faço tantas coisas ao mesmo tempo, estando em muitos lugares ao dia, que minha atenção talvez fique um pouco prejudicada. Só pode ser isso. Mas não é isso que importa, o que queria dizer é que aprendi a lidar com essas situações. Antes eu ficava muito brava por sempre acontecer, por exemplo, de queimar o chuveiro bem na minha vez, de algo quebrar em minhas mãos e sem querer, e de perder as chaves todos os dias. Hoje, no entanto, mudei meus pensamentos.
Sabe, aceitei meus desastres e há algum tempo decidi que o melhor era rir de tudo de errado que acontece no dia a dia. Se eu sou um para-raio, que eu posso fazer da vida? Meus dias ficaram muito mais leves assim, sem estresse, sem perder tempo com a raiva.
Sempre lembro de algumas músicas que fazem bastante sentido na vida e para este caso, recordo daquela canção que ficou famosa com um cantor chamado Túlio Dek e dizia: “leve na brincadeira, não me leve a mal. Nem tudo é de primeira, nem tudo é banal. Uma vida só é perfeita quando chega no final”.
Mas, uma coisa engraçada nessa semana é que na fila do banco havia um senhor que estava um pouco adiante e que, quando chegou a vez dele, a máquina parou: acabou o dinheiro e deu erro. Ele dizia rindo: “sempre para na minha vez, o banheiro sempre está cheio quando eu vou, a água sempre acaba para mim”.
Então né, existem vários para-raios como eu! Que bom que aprendemos – pelo menos eu e o senhor que citei – a lidar com essas situações.
Então, se você é assim, meio desastroso, sinta-se feliz, somos parceiros de situação. E rir de cada “bola fora” é sempre o melhor remédio. Fazer o que né?!
Ludmila Fontoura é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a Puc-Campinas, além de Historiadora e pós-graduada em História Social pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu, as Fimi.