O ex-dirigente do Mogi Mirim, Henrique Stort, um dos antigos associados que serão representados em uma ação do advogado Renato Franco de Campos para buscar a anulação da transferência dos CTs para Rivaldo, garantiu que as ameaças do craque não intimidaram a decisão de buscar a Justiça. “Vamos lutar com unhas e dentes em prol do patrimônio da cidade”, garantiu.
A ação deve ser impetrada nas próximas semanas. Rivaldo disse que, caso alguém entre com ação, fechará o CT e plantará coco no local. Disse acreditar que os atuais dirigentes deixariam nesse caso o Mogi, que assim poderia fechar, e provocou dizendo que Luizinho assumiria o clube junto com Stort. As declarações foram dadas após Rivaldo ser questionado se era verdade a promessa feita a Luizinho de que devolveria o CT caso passasse o comando a uma nova gestão.
Stort entende que o cenário de gestão e planejamento de curto, médio e longo prazo não foi seguido por Rivaldo como havia sido feito pelo grupo de Olivério Júnior, que pretendia assumir o Mogi antes do craque mostrar interesse de suceder Barros. Stort afirma que o patrimônio não seria dilapidado se Rivaldo tivesse o planejamento e a administração equilibrada da gestão Barros.
Procurado por O POPULAR, Luizinho disse não querer fomentar polêmicas e colocou não estar como autor, co-autor ou advogado do processo. Porém, entende que Rivaldo foi incoerente ao falar que Luizinho não era nada do clube e depois que a chave seria levada em sua casa para ser presidente.
Em relação a Rivaldo ter dito que Luizinho fez uma sacanagem ao lado de Wilson Bonetti, então representante do craque, ao fecharem de forma escondida um termo de compromisso em que o jogador se comprometia a preservar o patrimônio do Mogi quando assumiu a agremiação da gestão Barros, o ex-dirigente respondeu lendo trecho de nota de esclarecimento elaborada. “Entendo que a imprensa não é o caminho adequado para tratar desse assunto. Para isso existe o caminho institucional”, declarou, sem responder se queria dizer com isso que entraria com processo contra Rivaldo. O ex-presidente questionou o fato do documento não estar na ata do clube.
Por outro lado, Luizinho disse que uma leitura atenta da ata serve para observar que o acordo foi firmado. Na ata de passagem de transição é citada que a passagem de gestão deve seguir o formalizado no acordo entre as partes. Diz ainda Luizinho ter havido uma reunião com Rivaldo no escritório de Bonetti em que foram explanados os detalhes das condições para o atleta assumir o clube. Lembra que, em seguida, Rivaldo concedeu uma entrevista ao jornal O Impacto, sendo depois formulado o contrato com as palavras do jogador.
Luizinho afirmou não achar válido levar o assunto ao campo pessoal e disse não ter objeção aos atuais mandatários.
Entrevista de 2008 contradiz o discurso atual de Rivaldo
As declarações do ex-presidente do Mogi Mirim, Rivaldo Ferreira, ao garantir que desconhecia o termo de compromisso de preservação do patrimônio do clube e que jamais fecharia um acordo em que assumiria despesas sem ter retorno financeiro por não ser otário sinalizam uma contradição em relação a uma entrevista publicada com o craque em setembro de 2008 pelo jornal O Impacto, um mês antes de assumir o Sapo. O termo de compromisso em que o craque se comprometia a preservar o patrimônio do clube foi assinado em outubro pelos representantes da gestão Barros com o ex-dirigente Wilson Bonetti, então representante de Rivaldo.
Em reportagem do jornal O Impacto de 27 de setembro de 2008, intitulado ‘Preterido pelo Mogi, Rivaldo protesta’, é informado que o jogador queria assumir o Sapo e contou ter se oferecido para pagar a quantia pedida pelo clube, com o compromisso de manter o patrimônio e arcar com todas as despesas para sua manutenção. Em outro momento, questionado pelo jornal o que teria a oferecer que os grupos de fora não têm, Rivaldo disse: “oferecer segurança que o clube não seria dilapidado por interesses meramente financeiros”. Pouco depois, Rivaldo fechou acordo com o Mogi e o termo de compromisso foi elaborado com base nas afirmações do craque divulgadas em O Impacto. Porém, os CTs acabaram transferidos a Rivaldo como forma de abater dívidas do Mogi com o atleta, que investiu no clube em forma de empréstimos e entende não poder ser prejudicado financeiramente.