sábado, novembro 23, 2024
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Stupp chega ao último ano sem ter cumprido boa parte das promessas

Em meio ao descrédito com a maioria da população e mergulhado em uma enxurrada de críticas e reclamações por todos os lados da cidade, o prefeito Gustavo Stupp (PDT) chega a seu último ano à frente da Administração Municipal sem ter cumprido a grande maioria de suas promessas de campanha. Projetos chaves e bradados a plenos pulmões antes das eleições, como a tarifa social a R$ 1, não chegaram a toda a população como prometido, e pior, com a crise financeira, foi cancelado aos domingos e feriados pela Prefeitura no segundo semestre do ano passado.

Outros, como a construção de um miniterminal e a implantação da internet gratuita, no tão conhecido projeto da “Cidade Digital”, não saíram do papel.

A Cidade Digital chegou a ser lançada em uma área próxima ao Espaço Cidadão, ao lado da Estação Educação, mas a dificuldade de se conectar e a oscilação do sinal de internet eram reclamações constantes dos usuários, em eventos públicos, quando o sinal wi-fi servia como propaganda do Poder Público, ou no dia a dia. A reportagem esteve no local essa semana e pôde perceber que não existe nenhuma internet gratuita ao público, a não ser a rede privada da Estação Educação e do Acessa São Paulo. A internet gratuita teria sido suspensa por ordem de Stupp há oito meses.

Creches
Na área da Educação, uma das bandeiras de Stupp era a promessa de novas creches no município. Passados três anos, o que se viu foi a construção de apenas uma, a do Centro Educacional Municipal de Primeira Infância (Cempi) Géssia Mazon, no Jardim Paulista, inaugurada em outubro de 2014. A Cempi Maria Bueno de Amoedo Campos, na Vila Dias, foi reformada, assim como a Maria Aparecida Todareli, no Parque das Laranjeiras. Outras duas, a Ernst Mahle, no Horto do Vergel, e a do Núcleo Integrado de Atividades Sociais (Nias), na zona Leste, continuam em construção, segundo oExecutivo.

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Creches continuam sendo reformadas na cidade. (Foto: Divulgação)

Quatro creches, a do Jardim Planalto, com capacidade para 130 alunos, a do Parque Real, para 150, e outras duas Cempis, a Eugênio Morari, no Aterrado, e a Fortunato Albano, tiveram verbas federais pleiteadas pela falta de recursos do município, mas até hoje não saíram do papel

A extensão do cursinho pré-vestibular e a construção de uma universidade pública também foram projetos que ficaram apenas na promessa. A celebrar, a expansão do período integral em escolas municipais, com onze delas oferecendo o atendimento, com alunos de quatro e cinco anos, nove unidades com Educação Básica Integral, atendendo alunos de 1º ao 5º ano, treze Centros Educacionais Municipais de Primeira Infância e seis entidades conveniadas.

Saúde

Na lista, chama a atenção as promessas para a Saúde. Se a ideia era o fortalecimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), aumento no número de consultas e exames e o PSF – médico mais perto de você 24h, pouca coisa foi vista na prática. Pelo contrário. No ano passado, devido à crise financeira, consultas nas unidades sofreram diminuição. Por qualquer UBS é recorrente a reclamação de usuários quanto à falta de remédios, muitos enviados pelo Estado, filas, ausência de médicos e demora no atendimento.

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) não foi construída. O Pronto Atendimento Integrado (PAI), erguido em um imóvel na zona Leste, está inacabado e sem mobiliário.

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No final do ano passado, UBSs diminuíram o número de consultas. (Foto: Arquivo)

Na quinta-feira, a Prefeitura anunciou a inauguração da unidade do Jardim Planalto para a próxima semana. O prédio está localizado na Rua Sebastião Milano Sobrinho, em área onde era localizada uma escola municipal. No futuro, a unidade terá capacidade de atender até 12 mil pessoas.

A reportagem consultou o Executivo e ouviu que ela não possui informações sobre as prometidas policlínicas. Já o programa Pro-Mulher existe na cidade desde o segundo semestre de 2014, localizado no Centro de Especialidades Médicas (CEM) O principal objetivo é auxiliar na redução da mortalidade infantil. Atualmente a equipe do ambulatório é composta por um médico obstetra, uma enfermeira e um auxiliar de enfermagem.

Habitação

Na área da Habitação, ao longo dos últimos anos, a Prefeitura lançou o programa habitacional “Terras de Mogi”, constituído por 300 apartamentos na Avenida Expedito Quartieri, que deverão ser entregues em março deste ano. A atualização do cadastro habitacional realizado no Centro Cultural e o sorteio para os apartamentos no ano passado foram outras ações na área.

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Terras de Mogi foi um dos projetos realizados na gestão de Stupp. (Foto: Divulgação)

Merenda, IPTU Verde, Segurança…
Embora a Prefeitura venha divulgando a tão esperada municipalização da merenda escolar, o projeto, prometido desde o início da gestão, em janeiro de 2013, ainda engatinha. Após uma série de idas e vindas, com o cancelamento de licitações, renovações com a antiga empresa fornecedora dos alimentos e muita burocracia, apenas neste começo de ano é que a Prefeitura voltou a comprar e gerenciar o alimento que é servido nas escolas municipais.

Cinco Cempis funcionam como polos, em uma espécie de teste durante o recesso escolar. A expectativa é de que todas as unidades passem a ser municipalizadas no retorno das aulas, assim como as Escolas Municipais de Educação Básica (Emebs). Outro projeto prometido, o IPTU Verde está em vigor no município desde 4 de dezembro de 2014. O projeto de lei passou por uma atualização, que vigora desde 29 de maio do ano passado.

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Câmeras de monitoramento estão presentes nas entradas e saídas da cidade, mas muitas apresentaram problemas nos últimos anos. (Foto: Arquivo)

No quesito segurança, a promessa de reforço no monitoramento na cidade foi cumprida, com câmeras espalhadas pela região central e outras nas entradas e saídas da cidade, tanto na Rua Padre Roque como na Avenida Pedro Botesi.
A sustentabilidade, tão comentada por Stupp, também não merece elogios. Além de muito lixo, entulho e mato alto pela cidade, a usina de compostagem prometida pelo mandatário ficou apenas nas palavras.
Na acessibilidade, destaque negativo para os inúmeros problemas em rampas e falta de acesso adequado para deficientes em prédios municipais.

Cultura e Esporte

No Esporte, a cidade seguiu a passos lentos. Houve a reativação do Conselho Municipal, o resgate dos Jogos dos Trabalhadores e a criação dos Jogos Escolares, mas pouco se avançou em termos de trabalhos de base e estrutura.
Já na Cultura, o cenário tornou-se ainda mais desanimador. No início do mandato de Stupp existiu uma tentativa de mostrar uma diferença em relação ao mandato de Carlos Nelson Bueno, com a organização de eventos como a Virada Cultural, trazida pelo governo do Estado, e a programação de Carnaval.

Entretanto, de 2014 para cá o que se viu foram inúmeras trocas no comando da secretaria, nenhum projeto de destaque realizado e a sensação de que a área foi deixada de lado pela Administração.

Novas empresas?

Se a expectativa era pelo crescimento industrial de Mogi Mirim, três anos depois o que se vê é um cenário distante do prometido. Nenhuma empresa chegou à cidade neste período.

Em 2013, com direito a um passeio de motocicleta, Gustavo Stupp chegou a anunciar a chegada da Abat Motors.
À época, a Prefeitura divulgou que a empresa seria instalada em um espaço localizado à Rua Lauro Albani de Barros, no bairro Saúde. Mas no momento, a empresa não atua na cidade e encontra-se parada.

Funcionalismo

Dentro da lista, havia a promessa de valorização ao funcionalismo público. Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinsep), Antonio Maciel de Oliveira, o Toninho, acredita que a não construção de uma política salarial voltada à classe, que serviria como base para se planejar e decidir sobre os quatro anos da gestão Stupp, derrubou por terra o prometido reconhecimento.

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Para Toninho, faltou espírito público para que o trabalho fosse mais ordenado. (Foto: Arquivo)

O pedido foi feito lá atrás, logo no primeiro ano de mandato, mas não atendido pela Administração Municipal. Entretanto, Toninho crê que este não seja um problema restrito apenas a Stupp, mas já visto em outros prefeitos. Em sua visão, é dever de qualquer administrador público tratar o assunto como prioridade e criar essa política salarial.

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