Gustavo Stupp chega a seu último ano como prefeito de Mogi Mirim com pouquíssimos motivos para comemorar. Embora teça declarações de que seu governo é bom e que “está dando um show de gestão”, como dito em coletiva de imprensa no final de dezembro, sabe que sua imagem tanto como pessoa como administrador está extremamente arranhada e o caminho para que volte a ser bem quisto no município é argiloso. Para não dizer dificílimo.
Se a promessa era de um choque de gestão, um governo moderno, cheio de novas ideias, e a expectativa por uma política renovada, sobretudo por se tratar de um jovem motivado e ousado à frente da Administração Municipal, tudo o que não ocorreu, o que dizer das promessas de campanha, exaltadas desde 2012, ainda no período eleitoral, mas que chegam a 2016 quase que despercebidas pela população? Reportagem veiculada por O POPULAR em sua edição do último sábado mostrou que Stupp não cumpriu praticamente nenhuma de suas promessas, tática adotada por nove em cada 10 políticos em todo o país, artimanha para angariar prestígios e transformar palavras em votos, mas que outra vez engana os eleitores.
Seja em panfletos, anúncios em jornais ou até em seus bonecos espalhados pela cidade, as promessas iam desde a Cidade Digital, internet gratuita para toda a população, mas que não passou de um período de experiência em apenas uma área pública, até o fortalecimento da Saúde. Oras, como falar em fortalecimento na Saúde se durante os últimos três anos reclamações na área são rotineiras, como falta de médicos, filas e dificuldade na realização de exames, o Pronto Atendimento Integrado (PAI), que “revolucionaria” o setor em Mogi não foi inaugurado, do ano passado para cá, médicos ligados ao Consórcio Intermunicipal 8 de Abril estão com os salários atrasados e oito de 11 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) diminuíram o número de consultas?
Na Habitação, Cultura, Lazer, Acessibilidade e Esporte poucas novidades foram vistas. Serviços básicos como o corte de grama e mato e o reparo de buracos na rua foram feitos com extrema dificuldade. Nenhuma empresa chegou à cidade, a tarifa a R$ 1 no transporte coletivo foi um fracasso. O mirabolante projeto de construção do Miniterminal ficou no papel. Apenas uma creche foi construída e outras reformadas. Isso para não falar do restante.
Se todas as promessas vinham acompanhadas da palavra “compromisso”, este termo não foi empregado ao pé da letra. Pelo contrário. Faltou responsabilidade e sobrou descaso com a população. A sensação é que a cidade está ao “Deus dará” e não existe ninguém para salvá-la. A frustração é evidente. O mogimiriano está ferido e o Poder Público parece virar as costas para a realidade.