sexta-feira, novembro 22, 2024
INICIALOpiniãoEditorialStupp e as suas secretarias

Stupp e as suas secretarias

Os pilares fundamentais para a edificação de uma casa ou um prédio, são, antes de tudo, o planejamento e a organização da equipe para a execução do projeto arquitetônico, a fim de evitar problemas futuros. O sucesso neste processo depende ainda de ter as etapas bem definidas e uma equipe preparada e unida em torno do mesmo objetivo.

O mesmo ocorre em uma instituição, seja pública ou privada. No Poder Público, qualquer erro no cumprimento de projetos, vira um grande problema para a população, que não vê as políticas públicas e sociais sendo cumpridas como se deveria.

A falta de planejamento na Prefeitura de Mogi Mirim se evidenciou, mais uma vez, na última semana, com novas trocas nos comandos de algumas das surpreendentes 18 secretarias municipais que foram criadas no final do ano passado, com salários de R$ 9.800.

Em uma rápida análise, é possível perceber que mais da metade delas, 10 secretarias, são comandadas por apenas cinco pessoas, que interinamente, acumulam as funções, cada um, com duas pastas. As secretarias de Obras, Planejamento e Serviços e Sustentabilidade Ambiental estão sob responsabilidade de Wilson Rogério da Silva, e Beatriz Gualda, até então à frente apenas da pasta de Captação, Gestão e Controle, assumiu também a Assistência Social. Antes disso, ela ficou por um mês na presidência do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).

Já a arquiteta e urbanista, pós-graduada em Transportes e Tráfego, Beatriz Gardinali, além da Secretaria de Mobilidade Urbana, agora, também é a responsável pela pasta de Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, que tem como função de planejar, implementar e avaliar as políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência.

Dirceu Paulino está à frente do Esporte, Juventude e Lazer e da Cultura e Turismo, e Jonas Alves Araújo Filho comanda as secretarias de Governo e Relações Institucionais. Embora estas últimas sejam áreas afins, aparentemente, não há muitos prejuízos em uma mesma pessoa assumí-las.

Caberia discutir se, para cada área, uma secretaria seria realmente necessária. Aliás, em tese, a criação das gerências seriam justamente para serem ocupadas por pessoas com conhecimento específico de cada área, que se reportariam diretamente ao seu secretário. Mas, na prática, nada mais são, salvo raras exceções, que cargos de apadrinhados políticos.

Está na Câmara Municipal, um projeto que deve ser votado ainda neste mês, que altera, mais uma vez, a estrutura organizacional da Prefeitura, com a criação das secretarias de Tecnologia de Informação e a de Finanças, além de alterar as competências de mais duas. No projeto de lei, seriam criadas novas funções para comissionados: oito novas vagas de coordenador de secretarias.

Gustavo Stupp não acertou. Formou uma equipe despreparada e deixou tudo nas mãos deles, quando o correto seria, ele próprio assumir as rédeas e se portar como o grande líder, norteando as diretrizes que deveriam ser seguidas em seu governo. Agora, se busca desesperadamente a criação de mais cargos e a alteração da estrutura da Prefeitura na ânsia de apagar os erros do passado. Não vai conseguir. Stupp deixará o Paço Municipal em 2016 com poucas realizações e muitas críticas. Vai colher os frutos que foram semeados em troca dos apoios que o fizeram sentar na principal cadeira do Poder Executivo. Mas, será que vai valer a pena?

RELATED ARTICLES
- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments