As atenções estavam todas voltadas para a reinauguração do Zoológico Municipal, mas o que menos se falou foi sobre o recinto, reaberto após seis anos no último sábado. Em entrevista de pouco mais de 13 minutos concedida à imprensa logo após descerrar a placa de reabertura, o prefeito Gustavo Stupp (PDT) elogiou a reforma do zoo, ressaltou a importância para a cidade e a região, e ainda aproveitou para frisar não ter medo de enfrentar a população no dia a dia ou em eventos públicos. As críticas ganharam força após ele rejeitar convite da Câmara Municipal em prestar esclarecimentos sobre a concessão do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). A partir deste momento na entrevista, a fala tranquila ganhou a companhia de expressões mais fechadas e diversas reclamações foram disparadas contra os vereadores.
O prefeito condenou o requerimento aprovado na Câmara. “Eu acredito muito na separação dos poderes. É um afronto à própria Câmara uma vereadora pegar um projeto que já foi aprovado três vezes, debatido e passou por todas as comissões da Câmara e depois que o assunto já estava finalizado querer criar (algo). Isso foi oportunismo da parte de alguns vereadores”, criticou.
Na visão de Stupp, os vereadores não podem interferir em seu trabalho. “Eu vou na Câmara quando eu achar necessário. Meu poder é independente, eu não posso ser convocado. Da mesma maneira que eu não posso interferir no trabalho da Câmara eles não podem interferir no meu”, analisou.
Só enverga
O fato de manter uma postura mais discreta e evitar participar em demasia de eventos públicos não é tratado por Stupp como medo da população. “Eu envergo, mas nunca quebro. Tenho muita estrutura psicológica, emocional e pessoal para estar aonde eu quiser estar, eu vou onde é necessário estar”, comentou.
Mandatário alfineta Maria Helena
As críticas ao projeto de revisão do Plano Diretor, motivo de novas reclamações contra a Administração Municipal, foram comentadas por ele. Uma delas, da vereadora Maria Helena Scudeler de Barros (PSDB), que na sessão do último dia 28 afirmou que o novo plano segregava a pobreza e favorecia o setor imobiliário, não é verdadeira, segundo Stupp.
“O plano tem um caráter social muito grande, a de abrir a cidade e dar mais oportunidade para vir empresas e as pessoas terem acesso à moradia popular mais barata. Só que algumas pessoas que defendem a classe elitista da cidade chegam ao ponto de pegar e pedir parecer para pessoas que têm total interesse imobiliário”, ressaltou.
“Na minha opinião, com todo o respeito que tenho à Maria Helena como vereadora e uma cidadã de Mogi Mirim, o que ela quer é estar na mídia para tentar ser prefeita”, atacou.
Críticas contra Dayane
A saída de Dayane Amaro do PDT para o PSDB também foi comentada. “Tem vereadores que é o seguinte, enquanto está tudo bem, enquanto a cunhada está na Administração, está tudo ok. Em alguns momentos é preferível você ter parceiros leais do que parceiros viscerais”, disparou.
Em contato com a reportagem, Dayane afirmou discordar de Stupp, e que não possuiu influência na escolha de Dayane Pulcinelli, ex-secretária de Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, namorada do irmão, e que apenas levou seu currículo à Prefeitura. Ela ressaltou o bom trabalho de Pulcinelli à frente da pasta, e que quando rompeu com o governo ela ainda ocupava o cargo. Como punição, Pulcinelli logo depois foi exonerada.
Para Dayane, a postura agressiva de Stupp é reflexo de sua baixa popularidade e que não compreende o termo “parceiros” dito por ele. “Não sei que tipo de parceria é essa. A parceria (dele) não é leal, é em torno de interesses”, rebateu.