sábado, novembro 23, 2024
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Stupp mostra medo e perde chance

Gustavo Stupp, atual prefeito de Mogi Mirim, sempre foi marcado pelo jeito extrovertido, alegre e espontâneo, desde sua campanha para vereador. Solícito, era aberto ao diálogo, pronto para dar voz ao cidadão e tomar conselhos e críticas como forma de crescimento pessoal, papel que a maioria dos políticos deveria levar ao pé da letra.

Passados quase três anos de sua primeira Administração Municipal, parte de suas características que o levaram a ser escolhido por mais de 16 mil pessoas parece que foi deixada de lado ou, ao menos, estão em stand by. Se no contato com jornalistas Stupp apresenta naturalidade, com brincadeiras e comentários positivos até em cima de problemas vividos pela Prefeitura, essas atitudes pouco são vistas com a população.

Mesmo rebatendo comentários pelo município afora de que não é visto e tem receio de aparecer em público, nos últimos meses suas atitudes corroboram para isso, justamente o oposto do que era esperado para um prefeito jovem, com uma visão futurista e que aproveitou pessoas ávidas de esperança na política local.

O caso mais recente foi visto na segunda-feira, quando o prefeito se recusou a comparecer à sessão da Câmara Municipal, a fim de dar explicações sobre a concessão à iniciativa privada do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). A proposta era de que ele prestasse esclarecimentos quanto às leis municipais que atribuem novas competências à autarquia e autoriza a exploração dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário. A justificativa foi a de que sua presença não era obrigatória e isso poderia gerar um conflito entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

A alegação, respaldada pela jurisprudência pacífica merece ser respeitada. Stupp está em seu direito levando em conta o cargo que ocupa. Por outro lado, a “fugida” mostra não apenas receio, mas medo não apenas de enfrentar os questionamentos dos vereadores, mas sim debater frente a frente com a própria população. Stupp perdeu a oportunidade de comparecer ao Executivo, mostrar simpatia e liderança, essencial para o cargo que exerce, e sozinho ou ao lado de sua equipe, elucidar dúvidas, expor dados, informações e tudo o que for necessário, comprovando que realmente a concessão é necessária. Usando seu lado marqueteiro, sempre presente em sua vida política, poderia ter aplicado um “tapa na cara” dos críticos ou ao menos uma posição que colocasse fogo no debate ou cessasse as críticas latentes em torno do assunto.

O prefeito preferiu o anonimato ao invés do olho no olho e mais uma vez transpareceu insegurança para quem o apoia e quem o critica. A cidade sai derrotada.

 

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