Cerca de dois metros cúbicos de taipa de pilão foram reconstruídos na última semana na Igreja Nossa Senhora do Carmo, localizada na Praça Floriano Peixoto, o Jardim Velho. O novo material foi colocado na área afetada pelas trincas e rachaduras provenientes da construção do Residencial do Jardim, situado ao lado do prédio histórico, surgidas em 2012. A nova taipa de pilão é a chamada taipa militar, muito utilizada em países de colônia portuguesa e altamente resistentes. O trabalho foi coordenado pelo arquiteto Marcos Tognon e uma equipe especializada em restauro, e é uma das últimas etapas do processo de restauro, iniciado no ano passado e que deverá ser concluído até o final do ano.
Quatro testes foram realizados para se chegar ao material escolhido colocado na igreja, composto por uma mistura de terra, água, argila e um acréscimo de cal, o que aumenta a resistência da taipa. Fibra sintética de polipropileno também foi utilizada pela equipe, que aproveitou o espaço da antiga quadra poliesportiva, usada pelo Educandário Nossa Senhora do Carmo, para a produção e armazenamento de materiais. “É um trabalho que exigiu muitos testes e estudos, essa parte de agora é a mais tranquila, já tínhamos um domínio claro. O que foi mais demorado foi decidir essa formulação, que chama concreto argiloso pozolânico, que é uma argamassa especial para fissuras de taipa”, explicou Marcos Tognon.
Taipas
O arquiteto contou que para o trabalho foram utilizados três tipos de pilões, todos com funções que permitem a colocação das taipas de modo correto. O pilão dentado, responsável pela distribuição da terra pelo local; o pilão soquete, que serve para a compactação; e ainda um pilão que facilita o encaixe das camadas do material. Cada bloco de taipa de pilão colocados na igreja, em torno de 30, tinha cerca de sete quilos.
Nesta semana deverão ter início os trabalhos relacionados ao revestimento, implantação dos assoalhos de madeira e a parte hidráulica de dois banheiros do prédio histórico.