O promotor de justiça Pedro dos Reis Campos, responsável pela acusação dos réus, defendeu aos jurados a culpa tanto de Maicon Bepler quanto de Talita Helena Rodrigues Caetano pelo assassinato de Lorenzo Moraes. O promotor defendeu que Maicon foi o assassino e Talita conivente.
Na visão do promotor, Talita assumiu o risco de uma tragédia ao chamar Lorenzo até a sua casa, mesmo sabendo do perfil agressivo de Maicon, além de ter visto na residência a corda e o pedaço de pau utilizado contra o advogado. “Era um festival de cordel? Ele ia brincar de corda com a vítima”, ironizou o promotor.
O promotor defendeu que Talita teria como evitar a tragédia. Campos frisou o fato dos réus terem percorrido cerca de 40 minutos de Mogi Mirim até Engenheiro Coelho com Lorenzo no porta-malas, tempo suficiente para desistirem do assassinato.
O promotor considerou mentirosa a versão de que Lorenzo entrou em luta corporal com Maicon, até porque levaria vantagem pelo fato de ser mais forte. “Nenhum de nós é trouxa, não acreditamos em Papai Noel. Essa versão é estapafúrdia”, disparou.
A acusação entende que Lorenzo recebeu a paulada de costas e não teve chances de se defender, refutando ainda que o advogado tivesse condições de discutir posteriormente com Maicon, pois estaria desacordado. Embora o laudo e as imagens mostrem que a paulada foi desferida na parte frontal da cabeça de Lorenzo, a tese é que o advogado teria virado o rosto para trás e recebido o golpe. O promotor afasta ainda a hipótese de que Lorenzo teria chegado acordado até o canavial e ali entrado em conflito com Maicon, defendendo que primeiro houve a facada no pescoço, para depois ser solta a corda.
Entre as testemunhas exploradas pelo promotor esteve o delegado Paulo Agostinete, que disse, com a experiência de mais de 30 anos na Polícia, ser esse o típico crime premeditado.
A advogada de Maicon, Letícia Müller, reclamou de falhas nas investigações policiais, com a ausência de exame de corpo de delito nos réus, que serviriam para comprovar a versão de que houve a luta corporal e as agressões sofridas por seu cliente.
Em relação ao furto, Campos defendeu que Talita esteve junto com Maicon no saque bancário, entendendo que o extrato serve como uma prova, mesmo sem ter imagens comprovando a participação da ré no crime.
Embora tenha revelado que gostaria de uma pena de 30 anos, o promotor entende que a sentença foi justa nos moldes da legislação penal, que estabelece penas curtas, colocando o Código Penal como problema.