O pré-candidato a governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou na manhã de quarta-feira, 29, de um encontro com empresários e autoridades na Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Na pauta, a apresentação do plano, caso seja eleito, para retomar o desenvolvimento econômico do principal estado da federação.
Acompanhado de Guilherme Afif Domingos, que deixou recentemente o cargo de assessor especial do ministro da Economia, Paulo Guedes, para coordenar a campanha do republicano, Tarcísio falou por mais de uma hora. Disse que o Estado de São Paulo abriu mão do protagonismo de Estado mais rico do país e que precisa recuperar esse status. “O Estado sofre com o esvaziamento de suas fronteiras, está perdendo negócios para outros estados e falta competitividade para atrair novas empresas”, lamentou.
Nesse cenário, seu plano de um eventual governo é centrado na retomada da industrialização e do desenvolvimento do Estado, com foco na geração de emprego e renda. Para isso, sua proposta principal é atacar cinco alavancas primordiais para melhorar a economia paulista.
“Precisamos de oferta de energia, usar o gás como fonte. O governo federal tem investido em transporte e distribuição. Podemos usar o lixo como fonte de energia, com potencial para o ciclo da cana. Falta é incentivo. E para a desigualdade regional, enfrentamos com incentivo regional”, disse.
Outro ponto destacado por Tarcísio é a oferta de crédito para os pequenos e microempreendedores. “Nem sempre o crédito chega para os pequenos. São Paulo tem uma ferramenta que é o Desenvolve SP. Mas, não pode chegar caro e a curto prazo. Temos que atacar os prazos e as taxas de juros. O crédito é uma alavanca chave para o empreendedorismo”, frisou.
A redução tributária também é outra ferramenta de mudança. Segundo Tarcísio, a proposta é adotar um imposto único de valor agregado. “A gente perde em arrecadação num primeiro momento, mas depois ganha trazendo novos negócios. Para ser agressivo, é preciso baixar a alíquota. Tem margem para isso. A devolução programada dos créditos do ICMS vai gerar investimentos”, apontou.
Investir em infraestrutura também está no plano de governo. Para ele, é preciso recuperar a malha ferroviária de carga e passageiros, além de atuar na aviação regional e na melhoria das rodovias. “Não iremos prorrogar as concessões das estradas. Vamos fazer novas licitações para ampliar os investimentos e reduzir as tarifas de pedágio”, adiantou.
A última das alavancas é a capacitação profissional. Tarcísio defende a oferta de ensino técnico e profissionalizante customizado, ou seja, que seja estruturado para atender a vocação das empresas. “Dar ferramentas para que os estudantes sejam absorvidos pelo mercado”, destacou.
Tarcísio também falou de suas propostas para as áreas da segurança pública, habitação e políticas sociais, defendeu a desburocratização do processo empreendedor com um sistema digitalizado e chamou a atenção para a saúde. Para ele, ao invés de criar novos leitos com a construção de novos postos de saúde ou hospitais, é preciso reativar os que estão fechados.
Nesse cenário específico, o pré-candidato foi questionado a respeito da mobilização de prefeitos da Baixa Mogiana, com apoio do deputado estadual Barros Munhoz, para a construção de um Hospital Regional. “É preciso entender cada situação. Onde você tem leito disponível, não precisa construir o hospital, porque não adianta você construir um hospital para que dali um ou dois anos, esteja com leitos fechados, por falta de capacidade de operar. Recuperar esses leitos desativados é muito mais barato, e muito mais eficiente. E a gente consegue prestar um atendimento de qualidade”, disse.
“Então, antes da gente pensar em construir algo, tem que verificar o que nós temos disponíveis. O que nós temos na rede Santa Casa? O que nós temos hoje com os atuais provedores de alta complexidade? O que nós temos no atendimento de especialidades? Não tem, há um déficit de leitos? Aí sim, vamos partir para a construção do hospital. Aqui na região, a gente percebe que tem esse movimento do Hospital Regional e que existe um estrangulamento do suporte de medicina no entorno. O pessoal está indo, por exemplo, para Campinas e lá já tem saturação. Isso tem que ser olhado à luz da oferta disponível. Vejo com bons olhos”, concluiu.