Desde segunda-feira, o estacionamento rotativo nas ruas do Centro, mais conhecido como zona azul, está operando com tarifas mais caras. No fim de semana foi publicado um decreto do Executivo determinando que as taxas da hora do bottom, a R$ 1,40, e da hora avulsa, a R$ 1,60, deveriam subir para R$ 1,80 e R$ 2,00, respectivamente. O aumento para a taxa do bottom representa 28,5%, e para o tempo avulso, 25%. Apesar do aumento, a prestação do serviço continua sendo feita da mesma maneira, o que ainda gera reclamações de motoristas. De acordo com a secretária de Trânsito e Transportes, Beatriz Gardinali, o reajuste é previsto em contrato.
Segundo representantes da empresa Tecnopark, que fornece o serviço, e da secretária, ainda não houve queixa por conta do aumento, mas os usuários ainda reclamam de falhas no sistema e de multas efetuadas “equivocadamente”.
A secretária explica que o procedimento do controle de infratores começa com as monitoras da zona azul, que caminham por toda a área preenchida com parquímetros verificando quais veículos estão estacionados regularmente tendo pago o tempo para ficar no local. “Se a funcionária encontra um irregular, ela testa o parquímetro. Se estiver funcionando normalmente, ela coloca um aviso no para brisas avisando sobre a possibilidade de multa, e em alguns minutos, se o motorista não remover o veículo, recebe uma multa emitida por um agente de trânsito”, explica. Entretanto, se o equipamento não funcionar, um técnico é acionado para sanar o problema ou substituir o equipamento.
Na última quarta-feira, a fisioterapeuta Roberta Michelle Minillo denunciou a O POPULAR que foi multada por estacionar em uma vaga da zona azul. O motivo teria sido que as moedas dela não foram aceitas no parquímetro, e pensando que o equipamento estivesse quebrado, deixou o veículo no local. Ao retornar, se surpreendeu com a multa, e foi até a sede da Tecnopark para reclamar. “Agora vou ter que entrar com recurso para tentar cancelar a multa”, afirma.
Segundo Beatriz, diariamente é feito um relatório da empresa para a Secretaria informando quais parquímetros apresentaram problemas, e quando uma multa é efetuada, o local é confrontado com o relatório, e se a penalidade foi aplicada enquanto o carro estava parado em uma vaga com defeito, imediatamente é cancelada. “Sobre essa rejeição de moedas, o problema são os anos de fabricação delas. A cada leva de moedas novas, às vezes muda o material, ou o formato, e isso a máquina não reconhece”, explica a secretária.
Números
De acordo com Elaine Navarro, que no início do ano foi responsável por chefiar a fiscalização no trânsito, estima-se que, por semana, dois parquímetros apresentam defeito. Além destes, um por semana, em média, tem que ser substituído devido a depredações.
Em fevereiro, foram aplicadas cerca de 10 a 15 multas por dia, e em janeiro, o índice foi mais alto, cerca de 20 penalidades diárias. “Teve dia de janeiro que foram feitas 40 multas”, conta.
Estima-se que hoje em Mogi Mirim a frota de carros seja de 35,4 mil. Por mês, se cada carro estacionasse por uma hora na zona azul, pela tarifa antiga da hora do bottom, a R$ 1,40 a arrecadação seria de R$ 49.560. Pelo novo preço, o lucro subiria para R$ 63.720.