Depois da Prefeitura anunciar, no começo do mês, a suspensão por 90 dias da Tarifa Social a R$ 1, programa do governo de Gustavo Stupp (PDT), a secretária de Assistência Social, Leila Feracioli Iazzetta, garantiu que o benefício passará por reformulações e, após novo contrato e novas regras, será reativado no município.
Convocada pelo vereador Geraldo Bertanha, o Gebê (SD), Leila esteve presente na sessão de Câmara, da última segunda-feira, e esclareceu aos parlamentares alguns pontos referentes ao subsídio da tarifa e motivos da suspensão. Além da falta de recursos financeiros, a secretária defende a tese de que o usuário deve ser contemplado com o benefício por justiça social.
Segundo Leila, subsidiar a tarifa para pessoas que ganham um salário de R$ 1,5 mil não é critério. “Não é só o financeiro que conta. É o social também”, afirmou. A ideia é personalizar a Tarifa Social de acordo com o perfil de cada usuário. Nesse caso, os valores poderão variar conforme a necessidade. “Pode ser R$ 1, R$ 1,50 e até 100% (sem custo) para aquelas que realmente necessitam”, exemplificou a secretária.
Primeiramente, a Assistência Social fixou um percentual de 100 nomes, quantidade que deve aumentar de forma gradativa. “Mas, não deve passar de 500”, avisou Leila. Partindo desse modelo, os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) das regiões Leste, Norte e Sul terão que passar à Prefeitura uma lista com os nomes de 35 a 40 famílias. A tarifa seria disponibilizada de segunda a sábado.
Nas redes sociais, em resposta a Samuel Cavalcante (PR), Leila reforçou que o benefício foi suspenso até que o contrato com a Viação Santa Cruz, empresa responsável pelo transporte urbano, fosse refeito. “A tarifa retorna para aqueles que, de fato, precisam”, frisou. Até o final de abril, a Prefeitura deve ter o novo contrato formatado. Em entrevista à imprensa, a secretária avaliou como imatura a postura de alguns parlamentares contrários ao governo Carlos Nelson Bueno (PSDB).
Números
Assim como na tribuna, a secretária voltou a afirmar que os gastos empregados na Tarifa Social precisam ser traduzidos em justiça. Até o ano passado, a Prefeitura pagava, por mês, R$ 76,8 mil pelo benefício. Em fevereiro, o montante quitado, referente ao mês de janeiro, foi de R$ 64 mil. Os custos com a tarifa chegam a R$ 1,3 milhão no ano.
A secretária também esclareceu que o valor pago à Santa Cruz era feito antes do serviço ter sido prestado e com base em uma estimativa, uma média de histórica de 800 beneficiários. “De onde tirou tanta gente para andar de ônibus assim?. Há cartões carregados com mais de 600 passes”, rebateu. Além disso, existem casos de vendas de passes em grupos na internet. Estima-se que a Prefeitura deve cerca de R$ 300 mil à Viação em função do benefício.