sábado, setembro 21, 2024
INICIALOpiniãoEditorialTarifa social, na catraca do esquecimento

Tarifa social, na catraca do esquecimento

Lá atrás, no início do segundo semestre de 2012, quando dava os primeiros passos para alcançar o eleitorado e cravar seu nome junto à população de Mogi Mirim, Gustavo Stupp e sua equipe mesclavam promessas de melhorias em setores essenciais da sociedade, como educação, saúde e segurança, clichês em toda campanha política, com um projeto ousado, corajoso, que beneficiaria milhares de pessoas na cidade. A tarifa social, bradada aos quatro cantos, prometia o preço de R$ 1 no valor da passagem do transporte urbano para toda a população, surgindo como pioneiro na região e uma das principais bandeiras ao longo da campanha.

Assim como elogios, não faltaram críticas contra a implantação do sistema, com a temerosa perspectiva de onerar ainda mais os cofres públicos. A esperança em ver o preço da passagem diminuir, considerada uma das mais altas da região, dava corpo ao projeto, e logo foi aceita pelos usuários do transporte.

Dois anos depois, Mogi já vive a realidade da tarifa social, implementada primeiramente aos domingos, mas que chega a sua segunda fase com a oferta em dias de semana, que abrange um seleto grupo de passageiros. Entretanto, em pouco mais de um ano após seu lançamento, o número de beneficiados está longe do ideal e vai na contramão da expectativa da Prefeitura, que chegou a prever que até 10 mil pessoas iriam usufruir da tarifa.

Não bastassem apenas os 3,4 mil beneficiados, de um universo entre 6 a 10 mil passageiros, a Prefeitura vê o interesse despencar. A procura é cada vez menor. De 30 entrevistas semanais de assistentes sociais com usuários, encontro obrigatório para apresentação de documentos do candidato, o Executivo viu este número abaixar para dez pessoas, em média. Não se pode isentar o próprio passageiro do ônibus circular, que após tanto pedir, pouco faz para pleitear o direito que lhe é concedido.

Mas o papel da Prefeitura não está correto. Se a alegação é de que a população não busca o benefício por acreditar ser difícil reunir documentos e conseguir a tarifa, por que não promover uma campanha e mostrar o quão é simples conseguir a passagem mais barata? A impressão que passa é que o próprio Executivo não se doa tanto em relação ao projeto e parece ter lavado as mãos, já que hoje em dia é difícil notar qualquer tipo de divulgação sobre a tarifa a não ser das vistas em telas de um computador, por meio de sites e redes sociais.

Se o próprio usuário não demonstra interesse, o Executivo deveria acelerar a divulgação, criar ferramentas que despertem o interesse do passageiro e ampliar o leque para a toda a população. Do contrário, o sentimento de dever cumprido parece ser a atitude mais cômoda a ser seguida.

RELATED ARTICLES
- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments