Criado para servir como um local a mais para o lazer dos munícipes, o Teatro de Arena permanece abandonado há anos e sem perspectivas de reerguimento. De dia, o marasmo, de noite, a insegurança. As diversas árvores, somadas às deficiências na iluminação tornam o local escuro, perfeito para práticas ilícitas.
Para diminuir a insegurança, a Guarda Civil Municipal faz rondas frequentes no local, principalmente durante a noite, quando os alunos deixam as aulas realizadas no prédio da Banda Lyra Mojimiriana. Segundo informações, a prática de tráfico de drogas ocorre até mesmo à luz do dia.
O minibosque, local onde anos atrás habitavam coelhos e outros animais, que faziam a festa das crianças aos finais de semana, morreu. Atualmente, o que se vê, são madeiras quebradas; pequenas casas que servem como abrigo para moradores de rua e usuários de droga; além da poluição no pequeno lago repleto de lixo, que pode servir como criadouros de mosquitos da dengue.
Garrafas pet, de vidro e copos plásticos também permanecem jogados no gramado, indicando que o local também é utilizado para encontros de amigos para o consumo de bebidas alcoólicas. São poucas as lixeiras para a colocação desses objetos.
Em um abrigo, ao lado da arquibancada do Teatro de Arena, já não há mais portas. O acesso é livre a quem quer que seja e o resultado não é diferente: muita sujeira, garrafas, latas de bebidas e até mesmo fezes espalhadas por todos os cômodos.
O mais grave, no entanto, é a rápida deterioração do prédio histórico utilizado pela Banda Lyra Mojimiriana. Conviver com as infiltrações virou rotina para quem trabalha ou estuda no local. Logo na entrada, um degrau improvisado de madeira foi colocado para que as pessoas não pisem na grande poça d’água, que há anos se forma devido a uma mina.
A água escorre do gramado localizado ao lado do prédio e para no chão de concreto, danificando a parte inferior das paredes. O problema dura a quase dez anos. Uma pessoa que não quis ser identificada disse ter conhecimento de que a Prefeitura e o Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) não se entendem quanto às responsabilidades do problema.
“Eles precisavam fazer uma drenagem aqui. Até o ano retrasado não tinha esse acúmulo de água”, informou. A situação do prédio na parte interior reflete o que é visto externamente. No banheiro, todos os azulejos já teriam caído. O POPULAR não foi autorizado a entrar no local para conferir os problemas.
Soluções
O Centro de Documentação Histórica Joaquim Firmino de Araújo Cunha defende o tombamento do prédio para solucionar os problemas estruturais. “Fizemos um requerimento no começo deste ano para a Prefeitura tombar o prédio, que foi construído em 1887 e foi a primeira estação de captação de água do município”, disse o presidente Valter Polettini.
Segundo ele, o prédio, que também já abrigou a Guarda Civil Municipal e que a mais de 10 anos é a sede da Banda Lyra Mojimiriana, necesita urgentemente de uma restauração para solucionar os problemas de infiltração.
A Prefeitura foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento desta reportagem não respondeu aos questionamentos enviados.
