Quantas facilidades a tecnologia nos proporciona! Muitas coisa que eram feitas de forma manual outrora, hoje são resolvidas com auxílio de aparelhos, máquinas e afins. Levantar do sofá para mudar de canal no aparelho televisivo é raro, afinal já inventaram o controle remoto; percorrer longas distâncias, utilizando o próprio corpo, para alcançar um destino, deixou de ser um empecilho desde que inventaram os veículos motorizados. Esses exemplos ilustram muito bem um problema existente para o corpo: cada dia que passa fazemos menos uso deste, devido a tecnologia que criamos para facilitar nossas vidas.
Como o título destaca os problemas de coluna, em especial na cervical (região do pescoço), procurarei abordar um pouco mais algumas engenhocas que costumam ser os maiores desencadeadores desses problemas para as pessoas: computador, carro, TV, tablet e celular. Tais aparelhos têm em comum o fato de necessitarem foco visual para serem utilizados.
No momento que escrevo esse artigo, costumo ficar com meu queixo mais próximo ao tórax do que o normal, numa posição que desalinha a coluna cervical e gera grande compressão entre as vértebras (ossos da coluna) desta região, para enxergar bem a tela do computador. Porém, tal compressão tende a gerar um problema conhecido como cervicalgia, que pode gerar dor na região do pescoço e próximas a tal, além de uma chata sensação de fagida e tensão muscular, e em casos mais graves afetar movimentos devido a problemas neuromusculares. Nossa coluna depende de uma sintonia fina para que seja saudável, e desalinhar o topo dela pode gerar efeito dominó nas demais porções, o que poderá trazer enormes problemas à saúde.
Eis alguns sintomas de cervicalgia: dores na região do pescoço e nuca; dores de cabeça; formigamento em ombros e braços; sensação de peso nos ombros e porção superior das costas (trapézio); fraqueza ou formigamento nas regiões citadas e dificuldade para realizar movimentos do pescoço. Se você possui algum ou mais destes, há boas chances de melhorar estando mais atento a postura (manter a coluna alinhada, como se estivesse afastando uma vértebra da outra ajudará muito). Realizar alongamentos específicos, fortalecimento, massagem e compressas quentes poderão aliviar bastante os sintomas e melhorar seu quadro.
Contudo o mais importante é evitar o uso excessivo dos aparelhos citados, pois trazem enormes malefícios para a coluna. Vale lembrar que a coluna é também chamada de “espinha dorsal”, o que remete a algo essencial para alguma situação: “a espinha dorsal do time foi mantida, logo há boas chances de ter sucesso”, e por aí vai… Logo, se não estivermos com a nossa espinha dorsal em dia, as chances de sermos saudáveis e termos boa qualidade de vida serão reduzidas.
Luís Otavio Bueno de Toledo
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Personal trainer graduado pela USP (bacharel em Esporte graduado em 2012 – trabalhou na área fitness do Clube Paineiras do Morumby em São Paulo e no Clube Mogiano, em Mogi Mirim)