De volta ao Boteco, a ex-atleta Thaissa Presti revela que sempre nutriu a esperança de herdar a medalha de bronze do revezamento 4×100 do atletismo dos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008, o que acabou se concretizando oito anos depois, e aborda curiosidades das Olimpíadas.
Boteco – Quando vocês chegaram em quarto lugar, você tinha alguma expectativa de que algum dia pudesse ganhar o bronze?
Thaissa – Olha, vou ser bem sincera pra você, eu sempre tive essa esperança de que algo mudasse nisso. Claro que, assim, aconteceu ali e eu segui minha vida, continuei treinando, tentei disputar outras Olimpíadas para tentar a outra oportunidade de ganhar medalha. Infelizmente eu não consegui disputar outra Olimpíada, mas a esperança sempre ficou de que algo acontecesse. No fim de 2015, começou a sair alguma notícia sobre um possível escândalo de doping, então eu comecei a acreditar mais que essa história poderia ter uma reviravolta por conta disso.
Boteco – Você já imaginava algo relacionado a doping ou era uma intuição que você tinha e não sabia explicar o porquê?
Thaissa – Então, na verdade a única chance de mudar o resultado seria por algo relacionado ao doping, depois que passou a competição, depois de não ter ocorrido nenhuma desclassificação no momento da corrida, essa era a única chance. Então a gente até comentava, podia acontecer.
Boteco – Vocês percebiam que as russas poderiam estar sob o efeito de alguma substância?
Thaissa – Elas eram fortes, o estilo europeu, atletas altas, não dava para notar nada muito nítido.
Boteco – Alguma curiosidade em Pequim te marcou?
Thaissa – A gente passeou um pouco, eu fui num centro comercial e aí a gente perguntava o preço das coisas e às vezes a gente achava caro e comentava em português. “Ai, tá caro, né”. Aí as vendedoras falavam: “não, não, balato, balato”. Você via que elas estavam entendendo, sabiam falar todas as línguas pra conseguir vender aquilo, isso me chamou bastante atenção, achei engraçado.
Boteco – Você acabou encontrando algum ídolo na Vila Olímpica?
Thaissa – Eu tirei foto com o Bolt, com o Messi, Ronaldinho Gaúcho, seleção do vôlei do Brasil, Kobe Bryant.
Boteco – Como foi conhecer o Bolt?
Thaissa – Foi bem legal, na época ele nem era tão famoso como é hoje, foi a primeira Olimpíada que ele ganhou a medalha de ouro, quando eu tirei a foto, ele ainda nem tinha ganhado a medalha dele, talvez até por isso tenha sido mais fácil conseguir chegar nele e tirar a foto.
Boteco – E Ronaldinho Gaúcho e Messi?
Thaissa – Foi mais tranquilo, eu andava sempre com minha máquina fotográfica, na época não tinha celular que tirava foto em resolução boa, eu andava com a câmera e toda vez que encontrava alguém que eu era fã, eu pedia para tirar foto, essa parte da tietagem também faz parte de você estar em uma Olimpíada, eu acho legal.
Boteco – Você resolveu parar bem na hora que ganhou a medalha olímpica?
Thaissa – A notícia veio no ano passado, em agosto, eu tinha contrato com a equipe até o final do ano, eu cumpri meu contrato e então encerrei.
Boteco – Como foi quando ganhou, fez festa, comemorou?
Thaissa – Teve uma cerimônia no Rio, na entrega das medalhas, minha família toda foi pra lá para assistir, isso foi dia 29 de março a entrega e desde lá a gente segue comemorando ainda. Eu falei que agora tenho oito anos para comemorar esse feito.
Boteco – Valeu, Thaissa!