sexta-feira, novembro 22, 2024
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Tirar a Saúde de Mogi da UTI

A Saúde de Mogi Mirim está em estado grave. E que esta frase não seja usada oportunamente para ataques exclusivos à atual gestão municipal. Por mais que o governo de Paulo Silva (PDT) tenha, obviamente, cometido seus erros em relação a esta área tão importante, a crise do setor vem de décadas, com erros e mais erros de TODOS os gestores públicos, situações, no mínimo, inadequadas, de determinadas lideranças da Santa Casa de Misericórdia e a aparentemente eterna visão elitista de privilégios a quem tem capacidade para pagar por serviços privados de Saúde em detrimento ao abandono dos que dependem do Poder Público para tais cuidados.

Uma cidade tão importante quanto Mogi Mirim, chegar a 2022 sem um único hospital público é um absurdo tão grande que beira a insanidade. O que faltou? Lideranças políticas a nível estadual e nacional? Não sabemos. Mas sabemos que esta é uma saída necessária. Mogi Mirim precisa de um hospital que atenda uma demanda de cirurgias eletivas, de atendimento emergencial e outras situações naturais do dia a dia de um município como o nosso. Seja esta ou outra gestão, quem der início a esta conquista deverá ter reconhecimento eterno.

Desde, claro, que não seja por pura demagogia, mas em um projeto que torne este hospital uma referência. A Santa Casa, por outro lado, não pode simplesmente morrer. Esta instituição centenária e necessária vive em crise há tanto tempo que já perdemos a noção do tamanho do buraco. Se alguém resolver buscar os arquivos de jornais dos anos 1920, 1930, encontrará notícias semanais, quase, diárias, sobre problemas na Santa Casa, campanhas por melhorias, etc.

{A Santa Casa, hoje sob nova prorrogação de intervenção, merece atenção da municipalidade, mas em um caminho em que se torne autossustentável e que co-exista com um hospital público de alto nível para os que mais precisam e um hospital particular de excelência para os que têm condições financeiras como o 22 de Outubro. Além disso, Mogi Mirim precisa de mais investimento na saúde básica e familiar e isto inclui inserir na educação de crianças e jovens a importância de uma sociedade que entenda quais situações devem ser demandadas nas unidades de bairro, quais nas de urgência e quais em um hospital.

Até isso é necessário, parece detalhe, mas não é. Também é preciso incentivo a políticas públicas de prevenção, o que inclui uma Mogi Mirim mais ativa esportivamente nas várias faixas etárias, com projetos de iniciação nas mais inúmeras modalidades para os mais jovens, opções acessíveis aos adultos e, claro, alternativas aos mais velhos. Pensar em tirar Mogi Mirim do estado grave da Saúde vai além de bradar sobre a falta de remédios nos postos ou filas para cirurgias na Santa Casa. Claro que existem situações urgentes a serem sanadas, mas pensar a médio e longo prazo também é fundamental para que a cidade possa se tornar um espaço de melhor qualidade de vida.

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