No final da década de 1950, o Mogi Mirim Esporte Clube sagrou-se campeão de um dos torneios mais importantes daquele tempo. O Torneio Amizade tinha alcance regional e foi idealizado pela diretoria do Rio Claro Futebol Clube. Em 6 de dezembro de 1957, o jornal A Gazeta Esportiva apresentava a tabela da competição e anunciava que estaria em disputa a taça transitória “Deputado Dr. Carlos Castilho Cabral”.
O mogimiriano Nagib Chaib, então deputado, ofereceu uma taça ao time mais disciplinado do torneio. Disputaram a competição Mogi Mirim Esporte Clube, Sociedade Esportiva Itapirense, Cerâmica Clube, Rio Claro Futebol Clube, Clube Atlético Pirassununguense e Associação Atlética Ararense. O Alvirrubro empilhou ótimas atuações durante o certame. Comandado pelo técnico Jura, no dia 22 de dezembro, fez 4 a 2 sobre a Esportiva, em Itapira.
Já em 19 de janeiro de 1958, venceu o Rio Claro por 2 a 1, no Estádio Vail Chaves. E olha que atuou desfalcado de Vasconcelos, Ico, Herbert e Dorival. O Galo Azul saiu em vantagem, com Sidney, aos 20 da etapa inicial. No segundo tempo, logo aos 2 minutos, Zanetti marcou para o MMEC. E apenas aos 46, Ernesto, em chute no ângulo, virou, para a festa mogimiriana. O Sapão também registrou goleadas impressionantes.
Por exemplo, no final de semana seguinte, no dia 26, encerrou o segundo turno no Vail Chaves com um retumbante 8 a 1 sobre a Ararense. A linha ofensiva formada por Marinho, Dorival, Mingau, Ernesto e Zanetti foi impiedoso, abrindo 4 a 1 no primeiro tempo e fechando a goleada no segundo. Já no dia 2 de fevereiro, foi a vez do trepidante ataque alvirrubro aplicar a maior goleada da história dos encontros entre Mogi Mirim EC e Esportiva Itapirense. Naquele dia, o Sapão fez 9 a 1 pra cima da Vermelhinha e a Gazeta Esportiva assim noticiou:
“Verdadeiro massacre foi o que vimos domingo, dia 2, no estádio do MMEC, quando o alvirrubro local castigou de forma impressionante seu maior rival de todos os tempos, a S.E. Itapirense, com elevado placar de 9 a 1, levando-se ao luxo de dar um verdadeiro “show” de bola na primeira fase, quando estabeleceu 7 a 1”. O jornal ainda afirmava que, na etapa final, o Mogi poderia ter “conseguido ampliar o marcador quantas vezes quisesse”, mas fez mais dois e fechou com o barulhento 9 a 1. E olha que a Esportiva saiu na frente, com Jacir, no primeiro minuto de jogo.
Mingo empatou aos 9. Aí Marinho virou aos 12, Mingo ampliou aos 14 e aos 22. Ernesto, aos 31, e Dorival, aos 41 e aos 43, anotaram o 7 a 1 em uma etapa só. No período complementar, Ernesto fez aos 30 e Cidinho fechou aos 44. O Mogi foi a campo naquele domingo com Osvaldinho (Otávio); Herbert e Domingos; Albano, Maurinho e Zito; Dorival, Mingau, Mingo (Cidinho), Ernesto e Marinho (Zanetti). Já a Esportiva alinhou-se com Orlando (Coelho); Tinho e Moino; Aristeu, Fial e Osmar; Jair, Jacir, Negrinho, Carlucha e Pereta.
Pedro Lins de Albuquerque foi o árbitro da pugna histórica, que ainda teve as expulsões dos itapirenses Tinho e Aristeu, aos 26 da etapa final e uma defesa de pênalti cobrado por Pereta, que parou nas mãos do mogimiriano Osvaldinho. A campanha cheia de belas façanhas não poderia terminar de outra forma e o Mogi Mirim foi o grande campeão do Torneio Amizade. No dia 9 de março, a torcida lotou o Vail Chaves.
O Mogi enfrentaria o Cerâmica, de Mogi Guaçu, e o triunfo garantiria o título de forma antecipada. A defesa mogimiriana fez partida segura, bem como os chaminés, assim chamados por A Gazeta Esportiva. O goleiro Canário segurou o Sapão da maneira que pode, mas, aos 21 da etapa final, Ernesto marcou o gol da vitória e do título. Jura escalou o mesmo “11 inicial” que fizera 9 a 1 na Esportiva e a torcida, com mais de duas mil pessoas no estádio, saudou os campeões.