quinta-feira, novembro 21, 2024
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Tonanha: gols e alegria dos torcedores do Mogi Mirim

Considerado um dos maiores ídolos da história do Mogi Mirim, o ex-centroavante Tonanha, que morreu em outubro, em Americana, aos 54 anos, deixou sua marca no clube na década de 80 pelos gols e irreverência. Ex-companheiros como Élson Freire e Henrique Stort cultivam admiração e recordações especiais do Diabo Loiro, como Tonanha também era lembrado.

“Era um craque. Quando a gente fala de craque, se pensa em jogador técnico, mas Tonanha era diferente. Hoje estaria rico. Era um baita de um centroavante, um dos maiores que passou pelo Mogi”, reverencia Stort, que chegou a jogar com Tonanha e, anos depois, como dirigente, negociou sua volta.

Tonanha fez parte do esquadrão do Mogi de 1981, que se destacou na Terceira Divisão. O Sapo disputou a Segunda em 1982, mas com acesso conquistado nos bastidores junto à Federação Paulista, em ano que o então presidente Nabi Abi Chedid subiu 28 dos 81 clubes.

A equipe de 1981 tinha Spinelli como pensador. Élson era um dos homens do setor ofensivo, fazendo uma parceria de sucesso com Tonanha, em ataque que ainda tinha Léo e Orlando. “Ele era sensacional, um centroavante perfeito e tinha muita personalidade”, define Élson, que teve Tonanha como padrinho de casamento.

Pelos dados de Élson, juntos, a dupla marcou 52 gols, 23 de Tonanha. O poder de fogo garantiu a maior goleada do Mogi na história do confronto contra o União São João: 7 a 0. “Tinha a dupla Washington e Assis, do Fluminense, aqui era eu e Tonanha. Os zagueiros falavam: Não tem jeito de marcar esse loiro e esse negão, não”, brinca Élson.

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Tonanha (o terceiro, agachado) no time do Mogi Mirim da Terceira Divisão de 1981, ao lado de Elson e Spinelli

Do Sapo, Tonanha, que chegou emprestado pelo Rio Branco, seguiu para Portugal, onde defendeu cinco clubes e virou ídolo.Na Copa da Uefa de 1987, venceu um histórico jogo pelo Boavista, marcando, na decisão por pênaltis, o gol da vitória contra a Fiorentina, de Roberto Baggio.

Stort lembra que Tonanha caía dos lados e tinha como principal característica a capacidade de finalizar de primeira, em velocidade. “Jogaria em qualquer time hoje, ideal para contra-ataque, era mortal”, destaca.

Outra característica era provocar zagueiros. “Ele não respeitava, brincava. A torcida adorava”, recorda.

Tonanha voltou ao Mogi anos depois. Na segunda passagem, Stort, então dirigente, conta que o Diabo pediu seu carro emprestado para ver a família. Stort emprestou e Tonanha não apareceu na reapresentação, voltando um dia depois com o motor do carro fundido. “Foi multado pelo atraso. Era um pouco indisciplinado, saia para beber, mas era muito humano, um amigão”, descreve.

Amigos, Élson e Tonanha mantinham contato por telefone e, nos últimos anos, disputaram amistosos, um em Americana e outro em Mogi. “Foi bom para matar as saudades”, frisa Élson.

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