Ex-massagista de times de futebol profissional, Antonio Carlos da Silva, o Toninho, recorda momentos especiais no Guarani, Mogi Mirim e União Barbarense, onde esteve em uma final contra o São Bernardo, time da simpatia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Boteco – Como foi a passagem pelo Mogi Mirim?
Toninho – Trabalhei nove meses. O tempo que trabalhei com o Wilson (Barros) foi maravilhoso, tudo de primeira. Até foi o Vadão quem me trouxe para cá.
Boteco – Já tinha trabalhado com o Vadão?
Toninho – Já, no XV de Piracicaba. Fiquei nove meses aí, depois o Vadão foi embora, o Wilson me dispensou também. O Barros a gente tem que tirar o chapéu e fazer uma estátua dele na entrada da cidade, no tempo que ele ficou no Mogi, o Mogi foi respeitado no mundo todo. Eles foram tão honestos comigo que não ficaram me devendo nada e mesmo quando o Barros me dispensou, ainda fiquei morando três meses no apartamento dele, sem pagar nada.
Boteco – Do Mogi foi para qual time?
Toninho – Guarani, oito anos e meio, Vadão que me levou também. Comecei em 2 de janeiro de 1998, saí em 2006.
Boteco – Como foi trabalhar com o Viola? Como ele era?
Toninho – Ele gostava de puxar um samba. Prestava atenção nas palestras do treinador, às vezes dava opiniões válidas.
Boteco – Qual jogo você lembra com mais saudade?
Toninho – Guarani e Internacional, em Porto Alegre. Nós estávamos numa situação ruim, fomos humilhados pelos torcedores, ganhamos. Falavam que o Guarani estava rebaixado, time caipira, enxadão, ganhamos de 2 a 0, à noite, casa cheia. E tinham os derbis, contra a Ponte.
Boteco – Como foi trabalhar com o Joel Santana no Guarani?
Toninho – Você dava risada com ele direto, carioca. Contava muita piada, uns casos do Rio, a gente dava risada.
Boteco – E Depois do Guarani?
Toninho – Aposentei no Guarani, aí fui trabalhar no Campinas, do Careca, gente boa demais, o Edmar também. Aí fui pro juvenil da Ponte Preta, trabalhei um ano e meio na Ponte, depois fui pro União Barbarense e encerrei.
Boteco – Você torcia para qual time?
Toninho – Guarani.
Boteco – E como foi trabalhar na Ponte, estranho?
Toninho – Não, os caras sabiam que eu tinha trabalhado no Guarani, mas eu respeitava todos os times e não falava que era torcedor.
Boteco – Você já torcia pelo Guarani antes de trabalhar lá?
Toninho – Eu morava em frente o Guarani com cinco anos de idade, ali eu comecei a gostar do Guarani por causa disso. E quando foram inauguradas as piscinas do Guarani, nós pulamos o muro para brincar. Tinha uns 10 anos de idade.
Boteco – Quando chegou ao Guarani foi um sonho realizado?
Toninho – Diferente, eu já era bugrino, trabalhar no time do coração, profissional mesma coisa, mas é mais animado.
Boteco – Muitas histórias no Barbarense?
Toninho – A final do acesso com o São Bernardo (Série A-2 do Paulista 2012), para ver quem era campeão. Chegamos em São Bernardo, já sabíamos que não íamos ganhar.
Boteco – Não?
Toninho – Ah, o Lula estava lá, né? O Lula é de São Bernardo, ah perdemos e perdemos mesmo. 17 minutos de jogo o juiz já meteu amarelo no nosso zagueiro, tira aqui, tira ali e mesmo assim foi no sufoco, mas foi gostoso, vice-campeão. Já estava armado.
Boteco – Toninho volta para o último capítulo de seu bate-papo no Boteco, desta vez para abordar curiosidades da profissão e lembrar a única expulsão em 37 anos no futebol.