Há 20 anos, em 21 de julho de 1997, nascia em Mogi Mirim uma família de motoristas liderada por seu Saulo Aparecido da Silva e dona Sônia Francatto da Silva, que dariam origem a uma empresa de transportes, chamada Sony Car. Com duas peruas Kombi o sonho começou e hoje são seis transportes, que também são conduzidos pelo filho Luiz Fernando da Silva e o genro Joseph Luiz Vanderlei. Juntos, eles atuam pelas ruas de Mogi Mirim, Mogi Guaçu e região, fazendo o transporte de crianças até adultos, seja para escolas, faculdades, empresas, viagens pela região e até as mais distantes, como Bahia, por exemplo. E tem de tudo, aniversário, formatura, viagens em grupo e já transportaram até para velório.
Dona Sônia é esposa de seu Saulo e explicou que no início da empresa, em 1997, nem sequer pensava em dirigir. Seu trabalho era o doméstico, depois passou a ajudar o esposo sendo monitora no transporte conduzido por ele, mas como o trabalho foi apertando, não teve outro jeito! Logo, estava ela pilotando também, e havia uma Kombi nova na garagem. “Ela não queria, mas eu incentivei bastante”, frisou seu Saulo.
“No começo eu estranhei um pouco. Achava difícil lidar com as crianças, teve dias em que até chorei, achava que não iria aguentar. Tinha uns muito bagunceiros. Depois acostumei, sinto falta quando estão em férias”, disse dona Sônia.
Em 20 anos de história, o casal recordou casos engraçados sobre suas viagens. Rindo, dona Sônia lembrou de uma menininha que toda vez que uma criança ia descer da van, ela também queria ficar no ponto. “A monitora tinha que ficar de prontidão para ver se ela não descia”.
No caso de seu Saulo, até um menino já lançou uma garrafa sobre ele. “Teve um aluno que deu uma garrafada na minha cabeça, do nada, acho que queria brincar, mas era de vidro. Não quebrou, mas que doeu, doeu”, disse.
As histórias são tantas, que acreditam que eles agora levam para faculdade quem já foi da van quando criança? Dona Sônia até encontrou em seu arquivo uma foto de uma menina, que hoje é uma moça!
“Teve outra moça que começou a namorar na van e a lembrancinha de casamento do casal foi em formato de van”, recordou.
Dona Sônia atua mais na região, fazendo as viagens próximas e as faculdades. Ela foi uma das pioneiras em dirigir transportes escolares na cidade. Antes, não era comum mulher conduzindo transportes, mas mesmo assim dona Sônia disse que nunca passou por nenhuma situação preconceituosa, pelo contrário. “Geralmente, as mães queriam que eu levasse porque eu era mulher e por ser mãe também. Muitas acham mulher mais cuidadosa”.
Mas, por mais que dona Sônia não tenha sentido o preconceito, uma das coisas que ela sente é o quanto há de desrespeito no trânsito. “Hoje em dia tem que dirigir pela gente e pelos outros, e mais pelos outros ainda. As pessoas desrespeitam muito”.
Sobrevivendo aos obstáculos, que é funciona a vida de qualquer pessoa, e aproveitando os bons dias, a empresa liderada pelo casal só cresce, e sempre inova, procurando garantir os registros pertinentes à atividade, como o da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), por exemplo, que permite conduzir para outras cidades, e sempre renovando a frota para oferecer a modernidade para os clientes. “Tem que estar sempre renovando, com carro velho não tem como pegar serviço”, finalizou seu Saulo.