Quando Gustavo Stupp (PDT) assumiu a Prefeitura de Mogi Mirim, no início deste ano, começou a intensa cobrança de realizações que foram fartamente exploradas na campanha eleitoral. Mesmo que a tônica principal nas eleições tenha sido a destruição de reputações, Stupp se destacou por apresentar uma série de propostas sabidamente utópicas, mas que despertaram o interesse e a aprovação dos eleitores.
Não tardou para que as promessas começassem a desmoronar diante da realidade da Administração Municipal. Sem surpresas, afinal o prefeito eleito chegou a anunciar a transformação do sistema de Saúde pública no primeiro mês de gestão. Excesso de confiança ou total desconhecimento da responsabilidade assumida, a verdade é que começou a se desmascarar um discurso pleno de entusiasmo, boas intenções e mentiras. Nos primeiros meses, seus defensores e simpatizantes cobravam paciência dos críticos. Cunhou-se até uma frase de efeito para que deixassem Stupp trabalhar.
Tudo bem, deixaram. E nada mudou. O final do primeiro ano da administração apresenta um saldo desastroso em muitos aspectos. De todas as principais promessas anunciadas, apenas a tarifa de R$ 1 no transporte coletivo, ainda que com alcance limitado, e as inscrições para casas populares podem ser contabilizadas como avanços importantes.
A Saúde continua com os mesmos sérios problemas que culminaram na queda do secretário, a Educação trocou de comando duas vezes e manteve a terceirização da merenda escolar nos mesmos moldes que tanto se criticou o prefeito anterior.
O tal do organograma foi aprovado no afogadilho, entraram e saíram secretários sem ninguém acertar a mão, foi feito novo projeto e o desatino conseguiu ainda ser pior. O funcionalismo ameaçou com greve, recebeu promessas, ficou com reajuste abaixo da inflação e teve que assistir calado ao aumento dos vencimentos de secretários e comissionados. Sem contar as questões que, já no primeiro ano, já recheiam a pauta do Judiciário.
O relacionamento com a Câmara se resume à subserviência acrítica de um grupo que já dá mostras de incômodo constrangimento de ter que defender as bandeiras do Executivo e enfrentar a contrariedade da sociedade. O golpe final foi a privatização dos serviços do Saae, assunto que provavelmente marcará todos os próximos anos.
A tudo, soma-se a resistência de toda a equipe estabelecer uma linha de comunicação franca e transparente com a sociedade, alguns mesmo menosprezando o efeito da opinião pública, como se nada os pudesse afetar. O tempo é o senhor da razão.