sábado, novembro 23, 2024
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Um apelo a quem tem autoridade

Eu acompanhei com extrema angústia a participação do Mogi Mirim Esporte Clube na Segunda Divisão do Campeonato Paulista. Aliás, na última divisão. E isso já dói demais. Confesso que não vi os 10 jogos. Nem a metade disso. Mas, no pouco que consegui ver, através do site da FPF, entrava em transe. Uma parte de mim torcia contra. Ver o sucesso de alguém que conduziu o clube que eu tanto amo a este limbo jamais será bom.

Assim como inúmeros amigos, que são bem cientes do que o Sapão passou no último ano, desejo que esta diretoria seja deposta, para que o fio de esperança dos mais otimistas se transforme em realidade e o Mogi seja reconstruído através de mãos apaixonadas por aquele escudo, por aquelas cores.
Pelo vermelho e branco que me enfeitiçou quando criança, em um período em que, este pessoal hoje à frente do Sapo, sequer sabia da existência da Força do Interior.

O problema é esse. A paixão é forte. Não dá para torcer contra. Para ver o time sofrer gols, derrotas. Ser humilhado como vem sendo desde, pelo menos, 2014, quando a marca da agremiação foi colocada na lixeira com um anúncio de venda feita pelo antigo mandatário, o Rivaldo.

Fato é que, mesmo com o coração em transe, sabemos o fim da história. O Mogi, sob o comando daqueles que herdaram a caneta do antigo ídolo em 2015, estará sempre entre os piores. É a realidade nua, crua e sustentada por números. Pelo percentual de derrotas em campo e pelo sonoro endividamento resultante de anos e anos de má gestão.

A queda foi tão brusca, mas tão brusca, que sempre pergunto o que levou o clube a este caos. Gostaria de acompanhar os balanços financeiros, algo que é obrigatório por lei, mas descumprido pela atual diretoria desde, pelo menos, 2017. Me pego a pensar:

“Quem pode aferir tudo o que aconteceu com o nosso Sapão?”. De imediato, vem uma resposta que me faz ter esperanças. Meus colegas de Direito, pessoas honradas do Ministério Público, poderiam muito bem ser estes agentes. Já li, inclusive, que o primeiro presidente do Mogi, lá em 1903, era promotor público. E li, esta semana, que o Ministério Público apresentou denúncia contra a gestão de Carlos Miguel Aidar, ex-presidente do São Paulo Futebol Clube.

Não faço a mínima ideia se uma apuração no Mogi levará a algo semelhante. Só sei que a aceleração das dívidas, a queda tão abrupta do clube no cenário futebolístico e, principalmente, a falta de transparência evidente com a ausência das obrigatórias publicações dos balanços financeiros do Sapo, me fazem, ao menos, ficar com a consciência tranquila de que, o que nos levou a este abismo, tenha sido apenas uma falta de sorte. Da pessoa errada, na hora errada.

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