Quando o conhecimento é doado a sociedade inteira ganha. Um grupo de 30 professores vem dando exemplo de voluntariado e, por que não dizer, de amor ao próximo? De segunda a sábado, esses profissionais se dedicam para preparar 210 alunos em um cursinho gratuito do pré-vestibulinho, destinado aos estudantes que desejam ingressar no Ensino Técnico. As aulas são realizadas nas dependências da Igreja de São Judas Tadeu, na zona Norte de Mogi Mirim.
O resultado tem sido bem satisfatório, mas a causa ainda precisa de apoio, especialmente com relação à aquisição de materiais. As apostilas são pagas por meio de dinheiro arrecadado via rifas e padrinhos, como são chamados aqueles que patrocinam os livros para um ou mais aluno. Na sessão de segunda-feira, o professor de Física e Matemática e também coordenador voluntário do projeto, Newton Magalhães, esteve na Tribuna Livre da Câmara Municipal para, mais uma vez, divulgar a iniciativa.
O projeto, que futuramente deve ser transformado em uma Organização Não-Governamental (ONG), também está com uma biblioteca em construção, espaço que beneficiará tanto os alunos quanto a comunidade São Judas. É de extrema importância a sociedade se atentar e conhecer um trabalho, de caráter social, que ajuda a plantar a possibilidade de um futuro melhor, e mais digno, para tantos jovens.
Se não fosse a disposição e apoio da igreja, esses estudantes dificilmente teriam a oportunidade de um aprendizado de qualidade, o que garante segurança na hora da disputa por uma vaga. O mais interessante é que o grupo é totalmente plural. Não importa se católico, protestante ou ateu, a meta é aprender e dividir conhecimento. Para continuar a existir, o cursinho precisa de ajuda e qualquer empresa ou pessoa física pode participar seja fazendo uma doação ou sendo voluntário.
Há quatro anos, os cursos vêm sendo oferecidos e diversos jovens já ficaram bem colocados em vestibulares e também na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). É um exemplo a atitude desses professores, que unem esforços e acreditam no potencial dos alunos. E como seria bom se esse modelo fosse difundido em outras áreas, além da Educação. Em tempos difíceis e de tanto desamor, seria gratificante poder ver mais pessoas abraçando um pouco desse sonho.