Caros leitores, semana passada durante a live de apresentação das pré-candidaturas de Carlos Nelson Bueno-Manoel Palomino, estava presente o deputado estadual Totonho Munhoz, que respondeu a mim sobre fidelidade partidária assim: “Partidos no Brasil são um faz de conta. Muito mais que fidelidade partidária, [devemos ter] fidelidade ao povo”.
A frase acima corrobora com uma avaliação pessoal sobre partidos políticos no Brasil: além de um faz de conta, servem – quase – todos de barrigas de aluguéis para políticos narcisistas, que, depois de eleitos, costumam virar as costas para os mesmos e, consequentemente, para o povo.
Totonho, por exemplo. Está no PSB, que, em Mogi Mirim, apoia Paulo Silva, com quem não tem afinidade política. Portanto, lançará mão da fidelidade partidária para apoiar um velho amigo – Carlos Nelson, do PSDB, que já foi partido de Munhoz, que já figurou em diversos partidos políticos.
E não acontece só com Totonho. Na última janela eleitoral, o troca-troca na Câmara Municipal correu solto. É a política do próprio umbigo. Pouco importa a agenda programática partidária, quando existe, de fato. Muito menos com o povo, claro.
Não surpreende, pois, que a fidelidade partidária seja tão baixa no país. Os partidos não duram o suficiente para constituírem uma história, criar uma tradição e fixar uma ligação sentimental com os eleitores que possa ser transmitida de geração a geração, como ocorre com os clubes de futebol.
Em consequência, a maioria dos brasileiros – e dos políticos – não desenvolve uma identidade partidária, privando, assim, o sistema de partidos fortes, duradouros e coerentes. Partidos no Brasil são, de fato, um faz de conta para fazer o eleitor de tonto.
Por hoje, só sexta que vem.