sábado, novembro 23, 2024
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Um mal-entendido desnecessário

Com orçamento enxuto e uma estrutura incapaz de atender de maneira sólida a população, a Cultura em Mogi Mirim dá sinais de falência há anos. Valiosa ferramenta para o desenvolvimento da sociedade, é uma alternativa para que centenas de cidadãos não se percam em caminhos tortuosos, como a criminalidade e também a ignorância, vista em demasia na sociedade atual. Entretanto, em Mogi, o tema Cultura é marcado por um trabalho longe de ser eficiente, e muitas vezes mais lembrado pela força de vontade de uma comunidade ou um grupo, do que pela capacidade do poder público em oferecer respaldo para que ela alcance seu objetivo e se torne uma fonte de crescimento e sabedoria para qualquer munícipe.

Uma exceção e talvez um dos poucos trabalhos que fazem da cultura um instrumento educacional, a Lyra Mojimiriana se viu nos últimos dias no meio de um mal-entendido com a Prefeitura no que diz respeito às oficinas culturais de instrumentos populares. Há pouco mais de uma semana, a cúpula da banda recebeu a notícia de que as aulas de violão, guitarra e baixo elétrico haviam sido canceladas pelo Executivo, prejudicando 200 alunos, de várias faixas etárias.

A falta de transparência do Executivo com a Lyra prevaleceu e um festival de informações desencontradas pôde ser visto no episódio. A Prefeitura informou à imprensa que nenhum convênio havia sido cancelado, as aulas não seriam suspensas e um processo de renovação estaria em andamento para a continuidade das oficinas em março. Entretanto, a própria Lyra não tinha ciência da informação, alertada por O POPULAR e obtida por ela após consulta junto à Administração. Não bastasse isso, a novidade foi mais além, com a notícia de que além de não ter sido suspenso, o convênio será sim feito, mas com outra instituição.

A justificativa do Executivo de ter conseguido uma proposta mais vantajosa, já que repassa um valor anual à Lyra, é plausível. Porém, a Lyra poderia ter tido a chance de apresentar uma proposta menor e ser comunicada pela Prefeitura da contratação de outra empresa até por questão de respeito e para evitar que os alunos ficassem alarmados e mal informados como aconteceu. Os alunos mereciam uma comunicação mais eficiente.

A parceria continua em outras oficinas, mas faltou um posicionamento mais claro da Administração. A própria Lyra, por meio de nota, afirma que o relacionamento não será comprometido, já que há outros convênios em andamento, mas lamenta o ocorrido, mostrando que o rompimento de algumas aulas não foi bem digerido.

A consideração com quem usufrui das oficinas, no caso os alunos, também parece ter sido esquecida. O fato de muitos deles e até pais de alunos, que se faziam presentes no Centro Cultural para uma reunião que planejaria o ano, terem ciência do fim momentâneo das aulas de forma repentina e sem maiores explicações, mostra o despreparo do Executivo para lidar com situações adversas. A Cultura e a população são os principais derrotados.

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