Mogi Mirim entra no mês de seu aniversário, preparando-se para festividades que deverão acontecer para marcar a data dos 244 anos de elevação a vila. Se a programação oficial ainda está obnubilada pela forma característica da Administração divulgar seus projetos e feitos, algumas coisas se podem antecipar para que os verdadeiros mogimirianos tentem resgatar a estima incondicional pela sua cidade.
Nem tudo são flores. O município vive um momento de tensas limitações, amargando os resultados de décadas de abandono e falta de um projeto real de crescimento e estabilização de seus valores. A falta de atenção a setores essenciais levou à degradação da Saúde a ponto de se colocar anos para recuperação de um patamar mínimo de dignidade no atendimento à população.
O esforço dos funcionários públicos de carreira não basta para reverter as dificuldades impostas pelas filas nos postos, na dificuldade de se obterem consultas, exames e remédios, além da insuperável dificuldade de se contar com uma equipe de médicos dedicados e fixos em suas funções.
A Educação patina na falta de adequação aos novos dispositivos de ensino, condenando uma geração inteira a uma formação deficiente, em meio à depredação, à violência e à dissipação do respeito a mestres e funcionários. Resta a dedicação quase sacerdotal de quem empresta sua experiência e qualificação para a formação de crianças e jovens.
Na economia, o que se vê é a luta quixotesca do empreendedorismo contra a falta de incentivos, num sistema que algumas vezes privilegia a clandestinidade disfarçada de feiras itinerantes, restando às entidades empresariais a iniciativa de sacudir a poeira e valorizar o empresário local. Na habitação popular, insiste-se no lançamento de loteamentos discriminatórios e isolados, onde a segurança e a estabilidade social são metas a serem perseguidas diariamente.
Por outro lado, existe uma cidade que busca em suas entranhas e sua história uma força para superar as crises contínuas. Muitas coisas deram certo, existem pessoas maravilhosas que dedicam sua vida ao atendimento ao próximo, as entidades cumprem com abnegação um papel devido ao Estado, contando com um exército de colaboradores voluntários que deveriam ser exemplos aos mercenários da política.
Existem empreendedores que rompem fronteiras, geram empregos e riquezas, segurando o rojão do dinamismo na economia. Há excelências nas áreas acadêmicas e destaques em todas as áreas de atuação. São gente muitas vezes desconhecidas dos palpiteiros de plantão, que têm muito a ensinar e precisam ter voz ativa.
Mogi Mirim é grande e não pode ser medida pela régua da política, sem o prumo da competência e da honestidade. Por isso, ainda é possível comemorar e sentir orgulho desta cidade porque o resto passará.
