sexta-feira, novembro 22, 2024
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Um passo contra o preconceito

O anúncio da 1ª edição da Parada LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros) de Mogi Mirim, no início de julho, chegou recheado de expectativa. Inédito na cidade, o evento, cujo ápice é visto na Parada realizada em São Paulo, responsável por reunir milhões de pessoas e, que aos poucos, começa a se espalhar por pequenas cidades do interior, foi encarado como uma notícia a ser comemorada do ponto de vista de movimento social. Isso especialmente por ser realizada em uma cidade considerada conservadora, onde qualquer atividade que fuja à tradicional rotina é vista com outros olhos.

Com uma programação repleta de DJs, drag queens, trios elétricos e caravanas confirmadas de inúmeras cidades da região, a Parada mobilizou um forte esquema de segurança, e colocou em debate como a população receberia o evento. Seja nas redes sociais, ou comentários pelas ruas, as opiniões se dividiam, com pessoas a favor, e outras radicalmente contra o evento, que coloca a homofobia como um dos debates principais.

Mas, o que se viu no último domingo em Mogi Mirim foi algo digno de elogios. Desde o início do evento, na concentração ainda no Teatro de Arena, até a chegada do público e os shows no Espaço Cidadão, a alegria prevaleceu, e a promessa de levar o colorido para as ruas foi cumprida. Jovens, adolescentes e adultos podiam ser vistos, exibindo, ali, para todos, na cara e na coragem, suas opções sexuais e estilo de vida preferido. Não se tratava de gritar, dançar, pular e poder extravasar da maneira que desejasse, mas sim, lutar por uma causa, dar a cara a tapa e defender uma ideologia, simbolizada por meio de uma bandeira de sete cores.

Não se pode ignorar o preconceito, que ainda existe, e está evidente por todos os lados da sociedade, mas aparentemente, não foi demonstrado de forma exacerbada na Parada de domingo. Pelo contrário, se isso existiu, foi notado de forma discreta e com respeito. Bastava observar o entorno do evento, onde ruas, calçadas, esquinas e portas de casa concentravam bom número de munícipes, que registravam a festa por meio de fotografias ou simplesmente nos olhares, alguns, até seguido de aplausos.

A Parada significou a vitória da liberdade e um passo contra o preconceito. A transformação do evento em tradição nos próximos anos, se concretizada, será mais uma conquista de uma fatia da população, podendo amenizar a fama de cidade conservadora carregada por Mogi Mirim.

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