Toda eleição tem como uma das premissas dos candidatos envolvidos as famosas promessas, nos dias atuais, com a política brasileira questionada por todos os lados e a desconfiança do eleitorado cada vez mais latente, evitada ao extremo e ditas com muito cuidado por aqueles que sonham representar uma cidade, um estado ou o país. O caminho entre prometer e executar, tortuoso, dificultado muitas vezes pela burocracia, critérios de execução ou até pela incompetência deste ou aquele candidato, é grande e na maioria das vezes acaba não saindo do papel.
Em Mogi Mirim está realidade não é diferente e se faz presente a cada eleição. Na campanha para vereador em 2012, Leonardo Zaniboni (SD), além de oferecer uma nova opção, jovem e empreendedora, cativou o eleitorado com uma promessa de campanha audaciosa. A diminuição no número de vereadores na Câmara Municipal, atualmente com 17 edis. À época, Léo, que não buscou a reeleição este ano, foi muito elogiado, já que seu projeto atendia ao desejo de inúmeros munícipes.
No início de seu mandato, o vereador não teve sucesso e contou apenas com o apoio da vereadora Luzia Cristina Côrtes Nogueira (PSB). De lá para cá, o desejo em diminuir o número de vereadores esfriou, e só voltou a esquentar na semana passada, quando o vereador anunciou a retomada do projeto.
A ideia agora é diminuir de 17 para 13 o número dos vereadores, que se aprovado, passará a valer a partir de 2021. O vereador merece ser elogiado pelo projeto, que traria economia ao Poder Legislativo e faria com que, em caso de aprovação, os vereadores ganhassem carga extra de responsabilidade e tivessem mais compromisso com a população. Por outro lado, o projeto chega fora de hora, já que faltam apenas cinco sessões para o fim dos trabalhos no Legislativo. Apresentá-lo agora parece uma manobra política apenas para agradar os que desejam a mudança e justificar a promessa ou até ceder a pressão por parte do eleitorado.
Para entrar em vigor, o projeto, que alteraria a Lei Orgânica do município, precisa, após tramitação na Câmara, agendamento de audiência pública e prazo de 15 dias para a publicação no Diário Oficial visando manter o processo à disposição da população. Ele deve ser lido, votado em dois turnos, com intervalo entre cada um de, ao menos, dez dias. Ou seja, inviável para tão pouco tempo do fim dos trabalhos.
O empenho no período eleitoral deveria ser mantido depois de eleito. Se não conseguiu o apoio na primeira oportunidade, o porquê não tentou em todo o restante do mandato? Era o mínimo que Léo deveria ter feito, para, no mínimo, tentar tornar realidade uma de suas bandeiras de campanha. O assunto necessita de um debate exaustivo e aprofundado com todos os setores da sociedade, inclusive com os candidatos a prefeito e vereadores que perderam as eleições. Mas, a tendência é que seja engavetado e não mais comentado pelos vereadores. Outra vez, uma promessa parece ter ficado apenas no discurso.